País não deve ceder à indústria do fumo, pede chefe da OMS

O Brasil não deve recuar em suas políticas antitabagistas frente à pressão da indústria, declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde).

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Médica Margaret Chan, de Hong Kong, declarou que o Brasil é líder no controle do tabaco e tem de perseverar

O Brasil não deve recuar em suas políticas antitabagistas frente à pressão da indústria, declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde).

“É importante que o governo como um todo esteja unido na mesma posição. O Brasil é um líder no controle do tabaco, deve manter o bom trabalho”, disse Chan à Folha durante a 15ª Conferência Tabaco ou Saúde, que acontece em Cingapura.

A mais recente disputa envolvendo o setor tabagista no país está ligado à proibição pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso de aditivos no cigarro, adotada neste mês após forte lobby contra a medida.

Pressões conduzidas pela indústria tabagista sobre governos e políticas de restrição ao fumo são, justamente, o tema central da conferência.

“Só tenho uma posição: lutar contra a indústria do tabaco da forma mais vigorosa possível”, declarou Chan anteontem. “Apoiamos todos os países desafiados judicialmente, sob ameaça ou intimidação”, disse em discurso durante o evento.

Light
Os casos mais discutidos são ações judiciais contra os governos do Uruguai e da Austrália. Ações adotadas pelo Uruguai, como o banimento da expressão “light”, foram questionadas.

A Austrália, que adotou de forma inédita a padronização de maços de cigarro para 2012, com exclusão da marca, é contestada em instância internacional pela indústria.

Segundo Chan, é preciso fazer da padronização do maço “um grande sucesso, para que o êxito da Austrália seja o de outros países”.

Ontem, depois de ouvir sobre a pressão da indústria contra a decisão australiana, Chan concluiu sua fala brincando. “Algo que aprendi é: frente a qualquer coisa que a indústria diga, caminhe para o outro lado”.

Um dia antes, a diretora da OMS classificou de “surreal” a intimidação de governos soberanos pela “desprezível” indústria tabagista.

Fonte: Folha de S. Paulo

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