No dia 24 de maio, segundo dia do 17º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde, o módulo de Saúde Suplementar abordou as oportunidades e ameaças na relação de gestão entre os sistemas público e privado de saúde.
O consultor sócio da Logika Consultores Associados, André Staffa, coordenou o painel que trouxe a visão de representantes do setor público e de entidades que viabilizam o modelo. Na sua opinião, as PPPs na saúde “acabam gerando para ambas as partes vantagens e riscos”.
A experiência do Rio de Janeiro com o modelo foi apresentada pelo secretário estadual de saúde, Sergio Cortês, que vê no formato uma saída para a gestão da saúde pública. “Essas novas relações de gestão compartilhada são um caminho sem volta”, afirmou.
De acordo com o secretário, essa relação deve sempre se pautar pela satisfação do paciente. “Precisamos refletir e entender o desejo da população. O nosso papel enquanto Estado é atendê-los, pois não querem saber se o médico é celetista ou cooperado. Ele quer ser bem atendido”. Cortês lembra, no entanto, que a questão do financiamento continua sendo imprescindível. “Não será com esse orçamento público que nós vamos conseguir avançar”, alertou.
Para Jorge Oliveira, diretor do Consórcio Prodal, que gere o Hospital do Subúrbio de Salvador, na Bahia, é importante que os contratos de gestão tenham todos os indicadores necessários para as metas, como níveis de exigência de qualidade e acreditação. “Nenhum modelo de PPP vai ser perfeito se não incluirmos também os serviços médicos no processo”, acrescentou.
Na visão de Eduardo Cruz, presidente da organização social IEBAS, do Rio de Janeiro, o modelo de parcerias é uma alternativa que também exige muitos cuidados. “Os avanços têm sido muito claros e perceptíveis. Mas é preciso agilidade e eficiência para gerir os recursos, que são muito escassos”.
Além disso, Cruz afirmou que é preciso enfrentar as minúcias e burocracias do sistema público. “Precisamos ter atitude para transpor as barreiras causadas por legislações e vícios do sistema. Devemos ter ousadia com responsabilidade”.
O módulo de Saúde Suplementar contou, ainda, com a participação de Marcos Bosi Ferraz, diretor do CPES-Unifesp, que fez um apanhado das discussões do evento no dia anterior.
Fonte: FEHOESP
Fotos: Neuza Nakahara