Vendas no primeiro trimestre deste ano sobem 23,5% em relação ao mesmo período de 2011
Um em cada quatro medicamentos vendidos no Brasil, entre janeiro e março, foi genérico. Esse tipo de medicamento agora representa 25,4% do mercado brasileiro, uma marca histórica.
O dado, divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), corresponde a um aumento de 23,5% nas vendas de genéricos em relação ao primeiro trimestre de 2011.
As informações, que estão no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também apontam a evolução dos genéricos. Na última década, o número de medicamentos registrados no País saltou de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010.
Para o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti, no entanto, esse número poderia ser maior. O setor se queixa da demora de até 15 meses para o registro de novos produtos na Anvisa.
“Houve crescimento de medicamentos genéricos registrados, no ano passado, em torno de 30%. Poderia ter havido mais produtos registrados se no último trimestre do ano não tivesse ocorrido uma demora maior na análise desses registros”, diz.
De acordo com o executivo, entre 2001 e 2006, a agência manteve equipe exclusiva para cuidar da licença de novos genéricos. A partir de 2006, esses produtos passaram a entrar na fila junto com outros medicamentos.
“O setor não quer mudança no nível de exigência para a liberação dos produtos. A ideia é priorizar os genéricos inéditos, aqueles em que venceu a patente do medicamento de marca e não há outro genérico no mercado. É a maneira de garantir o acesso da população a esses remédios”, defende o executivo.
A assessoria de imprensa da Anvisa foi procurada pela reportagem às 18h20, mas informou que o expediente se encerra às 18 horas e não havia quem pudesse comentar o crescimento.
Crescimento – Além do crescimento em unidades vendidas, as indústrias do setor de genérico também arrecadaram mais, em relação ao ano passado.
As vendas somaram R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre do ano – uma participação de 23,5% do mercado -, ante R$ 1,772 bilhão entre janeiro e março de 2011 (18,5%).
De acordo com estimativa da Pró-Genéricos, a diferença de preço entre o remédio de marca e o genérico está em torno de 52%, com pico de até 85%.
“Quem já comprava medicamentos passou a acreditar que não precisa pagar mais para ter remédios de qualidade. O genérico também representa a porta de entrada para quem não tinha condições de comprar medicamentos. Agora, as pessoas cuidam melhor da saúde”, afirma.
Ele acredita que a tendência de crescimento será mantida, nos próximos meses, com a entrada de genéricos de nova geração, como o antipsicótico ziprasidona e o imunossupressor sirolimo (usado em transplantes), cujas patentes vencem ainda nesse ano. “São drogas mais modernas, ainda mais eficazes e por isso possuem maior valor agregado.”
Fonte: O Estado de S. Paulo