Organização contemplada enfrentou problemas com desvio de recursos
O fundador da Microsoft e filantropo Bill Gates prometeu ontem doar US$ 750 milhões (R$ 1,3 bilhão) ao Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
Gates também pediu aos governos que continuem a dar apoio para salvar vidas.
“Esses são momentos econômicos difíceis, mas isso não é desculpa para cortar a ajuda aos mais pobres”, afirmou durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça.
A doação ocorre em momento conturbado no fundo. Em 2011, países como Alemanha e Suécia congelaram suas doações após o órgão ter assumido que dezenas de milhões de dólares se perderam por causa de corrupção e mau uso dos recursos.
O fundo anunciou que não faria nenhuma doação nem financiamento para programas de saúde até 2014.
Há dois dias, seu diretor-executivo, Michel Kazatchkine, deixou o cargo após críticas de má gestão de recursos e cortes no financiamento. O brasileiro Gabriel Jaramillo tornou-se gerente-geral e responsável pela coordenação.
Gates disse que é decepcionante ver como um “pequeno mau uso de fundos” recebeu tanta atenção e que estava emprestando sua credibilidade ao órgão ao fazer a doação por meio de uma nota promissória, para que a entidade possa usar o dinheiro imediatamente e salvar vidas.
Ele elogiou a transparência do fundo, que, afirma, expôs problemas de corrupção que podem estar escondidos em outras organizações.
A entidade mista (pública e privada), com sede em Genebra, responde por cerca de um quarto da ajuda financeira internacional no combate e na prevenção ao HIV e Aids e é responsável pela maioria dos recursos na luta contra a tuberculose e a malária. O fundo oferece auxílio a pessoas de 150 países.
Fonte: Folha de S. Paulo