Cuidados ao declarar despesas com saúde

Lista de gastos permitidos é grande, mas os serviços precisam do aval de profissional reconhecido Sem limite de dedução para contrib

Compartilhar artigo

Lista de gastos permitidos é grande, mas os serviços precisam do aval de profissional reconhecido

Sem limite de dedução para contribuintes que optam pelo modelo completo, as despesas com saúde estão entre as principais dúvidas na hora de preencher a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF). Para ter o abatimento, é preciso informar ao fisco todos os gastos com os procedimentos, comprovados com CNPJ ou CPF dos profissionais de saúde, hospitais e planos. Mesmo aqueles que preferem a forma simplificada devem estar atentos: apesar de não haver dedução, também é preciso informar as despesas. As determinações da Receita Federal são rigorosas e impõem limites.

Os serviços devem ser estritamente necessários à saúde, executados por profissionais habilitados e instituições autorizadas pelo Ministério da Saúde ou aprovados por autoridades municipais, estaduais ou federais da área. São aceitos custos com médicos de qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, além de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos e próteses ortopédicas e dentárias. Cirurgias estéticas e tratamentos alternativos não fazem parte da lista.

Gastos com instrução de deficiente físico ou mental indicada por profissional de saúde são considerados despesas médicas e, portanto, passíveis de dedução. O mesmo ocorre com despesas médicas ou hospitalares no exterior, internação de idosos em hospitais (exceto casas de repouso), transfusão de sangue, assistente social, massagista e enfermeiro (por motivo de internação), parto e mensalidades de planos de saúde. Já as despesas com acompanhante estão fora da lista.

Leque infinito
Apesar do rigor e da mão pesada do Fisco, especialistas divergem sobre o que pode e o que não pode ser considerado gasto com saúde. Uns afirmam que, se a norma admite “médicos de qualquer especialidade”, o leque de opções é infinito. “Se houver comprovação e tiver sido feita por médico, pode ser abatido até gasto com cirurgia plástica”, diz Vanessa Miranda, gerente de Tributos da Fiscosoft. Opinião compartilhada por Mauro Moraes, especialista em gestão tributária-fiscal da Alterdata. “Tratamentos homeopáticos e ortomoleculares, creio que não fogem à regra, se o profissional obedecer os requisitos do Ministério da Saúde”, argumenta. Mas a advogada tributarista Fabiana Chagas, sócia do Glézio Rocha Advogados, alerta: “Não é bem assim. Há um entendimento de que é preciso laudo médico comprovando a importância para a saúde. A Receita aceita cirurgias reparadoras, quando se trata de deformidades que podem causar dano físico ou mental”, explica.

A gerente da Fiscosoft observa que nem sempre o cidadão comum consegue perceber as sutilezas da DIRPF e por isso, em caso de dúvida, o melhor a fazer é consultar um técnico. “Já percebemos, por exemplo, um detalhe que não está na lei, mas que funciona na prática: toda vez que o gasto com saúde supera 20% da renda, o cidadão cai na malha fina”, alertou Vanessa Miranda. Foi o caso da bancária Carla Ávila, 39 anos, que há cinco anos arcou com o tratamento de saúde da mãe. Gastou mais de R$ 12 mil, quantia superior a 20% de seus rendimentos. Teve muita dor de cabeça para explicar ao governo. “Levei a documentação necessária para comprovar os valores altos”. Após duas semanas de negociação, a Receita aceitou os argumentos. “Corri para evitar pagar a multa”, disse.

Base de cálculo
A advogada Vanessa Miranda assinala que, na prática, a dedução com saúde funciona da seguinte forma: para quem teve rendimentos de R$ 50 mil, em 2011, por exemplo, a alíquota do IR é de 27,5%. Se fez uma cirurgia no valor de R$ 20 mil, a base cai para R$ 30 mil, e a alíquota baixa para 15%. “Se a base ficar abaixo de R$ 23.499,15, o contribuinte pode até ficar isento”, destaca Mauro Moraes, da Alterdata.

Só para dependentes
Na hora de declarar as despesas médicas, é importante observar que, no caso de plano de saúde, o Fisco só aceita os dependentes que constem como tal na declaração do IR. “Se a pessoa paga plano para alguém da família que não é seu dependente legal, não vale para efeitos fiscais”, ressalta a tributarista Fabiana Chagas. Outra dúvida frequente, lembra Fabiana, é em relação à forma de declarar as despesas médicas e aos benefícios que podem ter.

 “A dedução não incide, diretamente, no valor do IR devido ou a ser restituído”, diz. O representante comercial Paulo Henrique Assis, 42 anos, acha que não valeu à pena o esforço de informar tudo ao Fisco. Ele desembolsou R$ 2.800, com plano de saúde, consultas e medicamentos para ele, para a mulher, Patrícia, 42, e para os filhos Paulo Junior, 11, e Gabriela, 17. “Pelos meus cálculos, devo receber apenas R$ 688, menos da metade do que gastei”, disse.

Outra queixa se refere à impossibilidade de abater gastos com medicamentos. O segurança Orlei Mendes, 41 anos, gastou em torno de R$ 6 mil com despesas médicas para os cinco filhos. Cerca de 50% foi com medicamentos. “O governo tem que dar maior atenção a isso. Não sei ainda quanto vou receber e não sei porque não posso incluir os remédios”, reclamou.

Fonte: Correio Braziliense

Artigos Relacionados...

Convenções firmadas

SindJundiaí firma CCT com o sindicato dos médicos

INFORME SINDJUNDIAÍ JURÍDICO Nº 25-A/2024 FIRMADA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO COM O SINDICATO DOSMÉDICOS DE CAMPINAS E REGIÃO, VIGÊNCIA DE 1º DE SETEMBRO DE2024 A

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima