Profissionais reivindicam reajustes em repasses de honorários feitos por convênios
Mesmo após a paralisação nacional de 24 horas de médicos no atendimento a planos de saúde, o impasse nas negociações entre a categoria e as empresas não foi resolvido ontem.
As entidades médicas, que ontem buscaram apoio de deputados, senadores e do ministro Alexandre Padilha (Saúde), pretendem agora esperar a negociação entre os planos e as comissões de honorários médicos dos Estados para definir os novos rumos do movimento.
O presidente eleito da associação, Florentino Cardoso, diz acreditar que essa reavaliação possa ser feita no prazo de 30 dias.
As principais reivindicações são reajustes nos repasses e o fim da interferência dos planos em atos médicos.
A AMB (Associação Médica Brasileira) estimou que 70% dos médicos que fazem consultas por planos aderiram à paralisação de ontem.
No entanto, a maioria das clínicas e dos hospitais procurados pela reportagem em diferentes Estados informou que os pacientes foram atendidos normalmente.
Uma das exceções foi o Hospital Santa Luzia, um dos principais de Brasília, onde 14 de 16 médicos deixaram de atender planos no ambulatório. Mas o hospital lembrou que houve remarcação de consultas com antecedência.
A Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa 15 grupos de planos privados, propõe que o trabalho dos médicos seja classificado “a partir da complexidade dos procedimentos” e que o pagamento a esses procedimentos seja nivelado por cima.
A entidade, porém, diz que cada convênio estará livre para negociar a remuneração.
A Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e o Conselho Federal de Medicina dizem desconhecer a proposta.
Alguns planos de saúde informaram já estar negociando com os médicos.
A Amil, por exemplo, que representa Blue Life, Dix Amico e Medial, disse que negocia localmente com as entidades de médicos e que “muitos desses acordos já foram encaminhados”.
Rodízio
Os médicos de São Paulo anunciaram ontem que vão aumentar o número de planos que serão incluídos no rodízio de atendimento – que começou neste mês e deve continuar em outubro.
Também usado como forma de protestar contra os repasses, o rodízio segue um cronograma de paralisação por especialidade.
Os planos de saúde que fazem parte do rodízio a partir de agora são: Ameplan, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Notre Dame, Prosaúde, Blue Life, Dix Amico, Medial, Geap e Volkswagen.
Fonte: Folha de S. Paulo