Reunião da diretoria colegiada da agência sobre o destino de medicamentos para emagrecer será pública e transmitida pela internet
Oito meses depois do início da discussão em torno do destino dos medicamentos usados para emagrecer, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve decidir amanhã se proíbe ou não a venda desses remédios no País.
A reunião será aberta ao público e será transmitida pela internet a partir das 8h30 – a intenção da agência é tentar mostrar transparência no processo de tomada de decisão, já que o relatório tem cerca de 700 páginas.
Estão na mira as drogas que atuam no sistema nervoso central para promover o emagrecimento: dietilpropiona, femproporex, mazindol e sibutramina.
As três primeiras estão no mercado há mais de 30 anos – e devem mesmo ser mesmo proibidas. A sibutramina é mais recente, amplamente usada no tratamento da obesidade, e deve permanecer no mercado, caso a diretoria colegiada da agência vote a favor do atual relatório.
Idas e vindas – Num primeiro momento, a sibutramina era considerada a principal vilã na discussão e a Anvisa propunha proibi-la alegando riscos maiores do que benefícios aos pacientes.
Isso porque, no ano passado, a União Europeia baniu a venda desse medicamento com base em um estudo feito pelo fabricante, com 10 mil pacientes obesos e com problemas cardíacos ou diabete. Os dados revelaram que havia aumento de 16% de risco de eventos cardíacos.
Foi com base nesse estudo que a agência brasileira passou a restringir a venda desse medicamento (agora ele entrou na classe dos anorexígenos e depende de uma receita especial) e apresentou a proposta pela sua proibição definitiva.
Depois de meses de discussão, no entanto, a história mudou de rumo. Dentro da própria Anvisa ainda não há consenso sobre o destino desses medicamentos.
Membros da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), órgão que presta consultoria especializada para a Anvisa, defendem a proibição de todas as drogas para emagrecer. Já a equipe de técnicos da agência voltaram atrás e passaram a defender a permanência da sibutramina sob controle ainda mais rígido.
Fonte: O Estado de S. Paulo