CACLIN encerra o ano com palestra sobre ‘governança de dados’

Compartilhar artigo

A última reunião do ano da CACLIN tratou de um tema estratégico para hospitais, clínicas e laboratórios. Coordenado por José Antônio Maluf de Carvalho, diretor Técnico-Científico da FESAÚDE, o encontro teve como tema central a “governança de dados”, com um painel apresentado por Lilian Hoffman, diretora-executiva de Tecnologia da Hospital Care.

Ele deixou claro que o investimento em novas ferramentas por si só não resolve o problema. “Governança de dados não é só TI, mas política corporativa”, ponderou Hoffmann, que começou a carreira como enfermeira e migrou para TI. “Antes de adquirir um software, a instituição de saúde precisa saber o que quer, senão vai desperdiçar recursos”.

Ela abriu a conversa com uma provocação. Perguntou se a governança de dados é a base oculta da governança clínica. A resposta veio no final da apresentação – e, sim, é! “A governança de dados é o conjunto de regras, papéis e processos que garantem que as informações do paciente e da operação sejam confiáveis, seguras e usadas de forma estratégica e ética, desde a coleta até a tomada de decisão”, define Lilian Hoffmann.

Segundo ela, a governança de dados transforma informação em ativo confiável que sustenta qualidade, segurança, eficiência e compliance. Trata-se de uma estrutura que sustenta decisões clínicas, operacionais e estratégicas, integrando frameworks como DAMA DMBOK e DCAM, utilizados em outros setores, que servem a áreas que vão do gerenciamento de metadados à inteligência de negócios. “No caso da saúde, indicadores assistenciais podem ser distorcidos se os dados não têm qualidade, por isso clínica e TI precisam trabalhar juntos, isso vale para taxas de infecção em cirurgias e compliance com LGPD”, acrescenta Hoffmann.

Na opinião da palestrante da reunião da CACLIN, para implementar a governança de dados, recomenda-se formalizar um Comitê de Dados Assistenciais com aval da cúpula executiva e mandato claro, começando por avaliação de maturidade simplificada e membros multidisciplinares —médicos, enfermeiros, TI e qualidade—, identificando desafios iniciais.

“Temos exemplos inspiradores como a Cleveland Clinic, com seu Enterprise Data Governance Committee vinculado ao Chief Data Officer para políticas de qualidade e interoperabilidade no Epic EHR, e a Intermountain Health, cujo Data Governance Office foca em stewardship local para value-based care, reduzindo fragmentação e aprimorando segurança do paciente”, destacou.

Paralelamente à governança de dados, as empresas precisam olhar para IA, diz Lilian Hoffmann. “O ritmo da mudança nunca foi tão rápido, mas nunca mais será tão lento”.

Artigos Relacionados...

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima