Registro de acidentes e doenças do trabalho pode mudar cenário da saúde pública

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com dados do Sistema de ...

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Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do polo industrial de Betim, mostra que nos últimos anos os dados foram coletados de forma correta ocasionando uma explosão no índice de acidentes e doenças do trabalho.

Segundo a terapeuta ocupacional Juliane Kate Alvares, autora do estudo que analisou a qualidade das informações de vigilância epidemiológica da saúde do trabalhador, entre 2007 e 2011 houve um aumento abrupto no número de casos de doenças e agravos relacionados à saúde do trabalhador, atingindo mais de 2 mil casos registrados.

Enquanto em 2007 foram registrados 68 agravos, em 2011 esse número chegou a 1.134. Ela avalia que, se por um lado o salto na quantidade de casos registrados é um fator de preocupação, por outro revela melhoria na capacidade de identificação dos agravos e, também, do preenchimento correto das fichas de notificação usadas para o abastecimento de dados do Sinan.

“A este conjunto de atividades que permite reunir a informação necessária para conhecer a história das doenças é que se chama Vigilância Epidemiológica. O objetivo é detectar mudanças ou identificar a gravidade de novas doenças. Com essas informações é possível elaborar ações e estratégias em saúde.”

A pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG mostra que o preenchimento dos campos obrigatórios dessas das fichas analisadas teve índices elevados, superiores a 87%, enquanto o número de registros duplicados e de informações inconsistentes foi pequeno (0,6% e 7%, respectivamente). Do total do período (2007-2011), segundo o estudo, 45,6% das ocorrências foram de acidentes graves, 26,2% de Lesão por Esforços Repetitivos e Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (LER/Dort), e 14,6% de acidentes com exposição a material biológico. A lista inclui ainda intoxicações, doenças de pele, perda auditiva provocada por ruído, transtornos mentais, doenças causadas pela inalação de poeiras e câncer, que somam 13,5%.

“Evidenciar a importância dessas informações pode contribuir de forma prática para o aprimoramento da qualidade do serviço de saúde. Mas os serviços de saúde ainda não têm ideia do potencial de sua aplicação, deixando de utilizá-los para o delineamento de ações mais efetivas. Uma das grandes dificuldades de planejamento de ações a serem tomadas para prevenção e resposta a possíveis epidemias é resultado da resistência dos profissionais de saúde em preencher uma ficha de notificação”, completa a pesquisadora.

Fonte: Portal R7

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