Modelos são novos, mas mantêm foco no paciente

Discussão foi destaque do I Congresso Brasileiro de Gestão em Saúde

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Em uma economia dinâmica, sujeita a mudanças repentinas, tomar boas decisões de negócios no setor de saúde é ainda mais desafiador por se tratar de um bem sensível para as pessoas. Essa e outras discussões foram destaque na segunda etapa do I Congresso Brasileiro de Gestão em Saúde, realizado pelo IEPAS em São Paulo no dia 23 de maio, realizado durante a 26ª Feira Hospitalar no Expo Center Norte. No Módulo “Novos modelos de negócios e contratação de serviços nas áreas clínica e laboratorial”, Marcelo Nakagawa, professor de Inovação e empreendedorismo do Insper Instituto de Pesquisa em São Paulo, destacou que na busca por novos modelos de negócios a briga atual é para ser a plataforma e ser protagonista de ecossistemas.

“Conectar-se a outras empresas e entrar em modelos de desmaterialização tendo o serviço, mas não necessariamente os ativos é tendência forte”, destaca. Por exemplo: a Uber é a maior empresa de transporte urbano do mundo, mas não tem carros. É um novo modelo. “Na saúde, já tem empresas atuando nessa mesma dinâmica, parando de vender equipamentos e apenas cobrando pelo seu uso. É uma nova abordagem chamada desmaterialização, em que a companhia deixa de ter um custo fixo com equipamentos e fica mais competitiva”, exemplificou.

A maneira como a empresa trabalha tem tudo a ver com inovação e pode trazer resultados palpáveis. Na apresentação “Modelos de verticalização em busca de eficiência”, Maria Mirtes Sals, guardiã do Laboratório de Patologia Clínica e Medicina Diagnóstica da Prevent Senior, mostrou como a verticalização contribui para a real entrega de valor aos pacientes. “Pedir exames é uma das atividades de maior demanda dos médicos por conta de fatores como envelhecimento e aumento da expectativa de vida, mais doenças crônicas e melhoria no acesso à saúde, entre outras”, diz.

Com um sistema verticalizado, as vantagens se mostram mais efetivas para as pessoas, segundo ela. “No sistema próprio, a empresa possui domínio do histórico do paciente e pode usar esses dados de forma integrada. Além disso, conhece o perfil epidemiológico de sua carteira e pode fazer o planejamento de uma linha de cuidado e fazer o controle de doenças estabelecidas nesse público”, salientou.

Nova forma de ver 

De maneira geral, o sistema de saúde ainda está muito voltado para cuidar da doença e não da pessoa e na opinião de Gustavo Aguiar Campana, diretor médico de análises clinicas da Dasa, é preciso migrar para o real cuidado da saúde. “Atenção primária é fundamental para reduzir o gasto em saúde. Prevenir para evitar tratar e elevar os custos, saindo do modelo sickcare para o healthcare, pois quem tem saúde custa menos para o sistema”, esclarece. De acordo com ele, uma das fortes tendências é direcionar o laboratório para ser fonte de informações e geração de insights para pacientes e profissionais, gerando, assim, engajamento com a saúde.

 

Por Eleni Trindade 

 

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