Em mais um encontro realizado pelo Grupo Lide, em 8 de agosto, no Hotel Grand Hyatt, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, falou sobre os seus planos para a pasta. E aproveitou para reforçar que não irá pedir mais recursos para a saúde enquanto não melhorar a gestão. “Não acredito que criar uma receita vinculada à saúde ampliará os recursos para a área”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, sobre a recriação da CPMF. “De minha parte, não patrocinarei um financiamento exclusivo para a saúde”, garantiu. “Com boa gestão, vamos fazer muito mais com o mesmo”, afirmou.
Uma de suas proridades é interligar via informatização todas as esferas de gestão do SUS (federal, estadual e municipal). Barros afirmou que pouco mais de 800 municípios possuem sistemas informatizados implementados, e que há muita resistências dos gestores municipais em enviar informações ao ministério. Esta integração, no entanto, é fundamental para o gerenciamento correto do sistema, e para o seu funcionamento de maneira mais eficiente. “Para se ter ideia, o cartão SUS, por exemplo, possui 220 milhões de cadastros. Algo está errado e estamos auditando estas informações”.
O ministro ainda quer intensificar a participação de brasileiros no Mais Médicos. incorporar novas tecnologias sem aumentar os custos assistenciais, oferecer qualificação permanente aos profissionais da saúde e fortalecer ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, a fim de evitar ou combater sedentarismo, obesidade e enfermidades. Ele também quer conceder a empresas especializadas a logística de distribuição de medicamentos para todo o SUS e adotar métricas para avaliar a qualidade e eficiência do trabalho do servidor público.
Sobre as parcerias público-privadas (PPPs) na área farmacêutica, o ministro disse que pretende especializar as plataformas dos laboratórios, a fim de que todos tenham escala e capacidade de absorver tecnologias, dando preferência para os mais inovadores, e não só fabricar para o público interno, mas também exportar medicamentos feitos no Brasil para outros países.
Durante o debate, lideranças empresariais questionaram o ministro sobre a proposta, por ele defendida, de criação de planos de saúde mais baratos, mas com menos serviços de atendimento obrigatórios. Segundo Barros, o acesso a convênios mais baratos pode ajudar a ampliar o número de beneficiários de saúde suplementar, reduzir a demanda do SUS e, consequentemente, dar maior folga de recursos para financiar o atendimento na rede pública.
Outro tema debatido foi a judicialização que afeta não somente o setor público, mas também o mercado de planos de saúde – os prejuízos decorrentes de ações judiciais contra o SUS chegaram a R$ 5 bilhões no ano passado e, neste ano, devem atingir R$ 7 bilhões, segundo o ministro.
O evento contou com a presença de inúmeras lideranças do setor, incluindo o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, e o vice-presidente do SINDHOSP e diretor da Federação, Luiz Fernando Ferrari Neto.
Fonte: Da Redação