Exame é obrigatório para quem deseja se inscrever no Conselho e atuar no Estado
Quase 60% dos recém-formados em escolas médicas de São Paulo não atingiram o critério mínimo do exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Isso quer dizer que 1.684 de 2.843 médicos acertaram menos de 72 das 120 questões da prova (60%) aplicada em novembro do ano passado.
O resultado foi considerado “ridículo” pelo coordenador do exame, Bráulio Luna Filho. “Nós, do Cremesp, queremos que esse profissional (reprovado) volte para a escola. O maior problema é que, assim que recebe o diploma, o aluno deixa de ser responsabilidade da faculdade e se torna responsabilidade do conselho”, diz.
O porcentual de reprovados ficou 4,7 pontos acima do número de 2012. Esta foi a 9ª edição da prova, mas apenas a segunda realizada depois que ela se tornou obrigatória para quem deseja se inscrever no Cremesp e atuar no Estado. O registro, no entanto, não depende do desempenho no exame.
Particulares. A porcentagem de egressos de instituições de ensino privadas que não atingiram o nível mínimo no exame foi mais que o dobro da de formados vindos de escolas públicas: 71% ante 33,9%. “As escolas brasileiras avaliam mal os seus alunos. A condição para ser médico em algumas escolas é poder pagar de R$ 4 mil a R$ 6 mil por mês”, afirma Luna Filho.
O Ministério da Educação (MEC), responsável pela regulação e liberação de cursos, afirmou por meio de nota que “a melhoria da formação médica é prioridade” para o ministério. Segundo o órgão, “várias ações foram implementadas ao longo dos dois últimos anos e outras estão sendo desenvolvidas em prol da qualidade dos cursos de Medicina do País”. Como exemplo, o órgão cita o Mais Médicos e a intensificação dos procedimentos de supervisão, aperfeiçoamento dos instrumentos de avaliação para os cursos de Medicina.
Fonte: O Estado de S. Paulo