DPVAT paga quatro seguros a cada três minutos; dois em cada três casos envolvem motos
O número de indenizações pagas a vítimas de acidentes de trânsito, por meio do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), aumentou 27% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. No Brasil, a cada 4 minutos, 3 indenizações por acidentes automobilísticos são pagas. Foram 97.542, das quais 69% se referem a vítimas de acidentes com motos.
Como as vítimas têm três anos para reclamar o seguro, o aumento do número de indenizações pagas não indica necessariamente o crescimento de acidentes no último trimestre. “Pode ter havido aumento de acidentes, mas o maior número de indenizações também resulta da maior divulgação do direito a esse seguro, que muita gente desconhecia e tem sido mais divulgado recentemente”, afirma Marcio Norton, diretor de Relações Institucionais da seguradora Líder DPVAT, que administra o pagamento de indenizações com recursos do seguro.
O DPVAT é recolhido obrigatoriamente todo ano pelos donos de automóveis e usado para reembolsar gastos médicos com acidentes de trânsito. São beneficiados motoristas, passageiros e pedestres. De janeiro a março deste ano, 64.220 pessoas receberam indenizações. Delas, 77% são homens e a faixa etária mais comum é de 18 a 34 anos.
A maioria dos indenizados é de motoristas, seguidos por pedestres e passageiros. O maior número de acidentes aconteceu entre 17h e 20h, quando o trânsito é mais intenso, por causa da volta do trabalho ou da escola para casa, e a iluminação se altera pelo anoitecer.
Motociclistas – “O que mais preocupa nos balanços recentes do DPVAT são os acidentes com motos, cada vez mais frequentes. A frota aumentou e o trânsito está mais congestionado. As motos são a forma encontrada para perder menos tempo nos trajetos, mas também aumenta o risco de acidentes”, diz Marcio Norton.
Os casos de invalidez permanente resultante de acidentes com moto aumentaram 274% de 2000 a 2010, segundo os dados da companhia. Como o prazo para pedir a indenização é de três anos, esse número pode aumentar ainda mais.
“Em acidentes com carros, os pedestres são as principais vítimas. Mas, no caso das motos, normalmente os motoristas são os feridos e é gente jovem que muitas vezes fica inválida para sempre. É uma tragédia para a família, porque muda a rotina e desestrutura, e um problema para o Estado, pois a vítima deixa de ser força de trabalho e passa a representar um gasto (para a Previdência Social)”, afirma. “É preciso tomar providências. Uma delas é tornar mais difícil a prova para conceder habilitação de moto”, defende.
Fonte: O Estado de S. Paulo