Os estoques das fábricas de medicamentos genéricos desceram a níveis preocupantes devido à greve da Anvisa, segundo a Pró Genéricos (associação do setor).
Cerca de 90% dos remédios da categoria vendidos no Brasil são produzidos no próprio país, porém, o receio de desabastecimento recai sobre a matéria prima.
De acordo com a entidade, aproximadamente 70% dos insumos são importados.
“As unidades produtivas começam a se ressentir. Todos os nossos associados externaram preocupação”, afirma Telma Salles, presidente da entidade.
“Mesmo quando uma greve termina, os reflexos dela ainda se prolongam”, diz.
Separadamente, as empresas não divulgam informações sobre seus estoques por questões estratégicas.
Os níveis usados como margem de segurança são diferentes em cada companhia.
“Se a greve permanecer por mais um mês, deve haver problemas de desabastecimento”, afirma a executiva.
O risco é de fechamento de fábricas, segundo o Sindusfarma (sindicato do setor).
“Muitas empresas estavam operando com liminar”, afirma Salles.
Entre os produtos mais vendidos na categoria estão os de uso contínuo.
A Anvisa informou ontem que a maior parte dos servidores do órgão já retomaram as atividades e que “em breve” as inspeções para liberação de produtos da área de saúde e medicamentos “estarão normalizadas”.
A agência, por meio de sua assessoria de imprensa, não precisou, no entanto, um prazo para que o serviço seja regularizado.
Fonte: Folha de S. Paulo