A realização de exames diagnósticos de urgência pode ser comprometida a partir desta semana no Brasil. É o que alerta a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
A entidade explica que este fato se deve à iminente escassez do molibdênio-99 (Mo99), um radioisótopo usado como matéria-prima para geração do tecnécio-99m (Tc99m), empregado na medicina nuclear para o diagnóstico de diversas doenças, como embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, além de câncer, obstruções renais, demências e outras.
O Brasil depende da importação do Mo99 do Canadá e África do Sul. Ambos os países apresentaram problemas nas respectivas produções. Com o fornecimento do elemento à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) afetado, isso terá impacto nas atividades dos geradores do tecnécio-99m fornecidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
A dependência do Brasil pela importação do Mo99 é vista pelo presidente da SBMN, Celso Darío Ramos, como um motivo para o país providenciar um reator capaz de suprir a demanda nacional. Hoje está em avaliação a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro. “Precisamos, mais do que nunca, do Reator para garantirmos a autossuficiência do País na produção de radioisótopos”.
O projeto já tem avaliação positiva do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e passou por três audiências públicas, aguardando apenas o aval para sair do papel e ser construído.
Fonte: AMB