Vistoria foi feita em 71 prontos-socorros públicos paulistas entre fevereiro e abril
Macas nos corredores, dificuldade para transferir pacientes, equipes médicas incompletas e falta de materiais básicos. Esse foi o cenário encontrado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) na maioria dos prontos-socorros públicos vistoriados pelo órgão no Estado.
Uma força-tarefa do conselho visitou no começo do ano 71 hospitais em São Paulo (10% da rede pública no Estado), geridos por municípios, pelo governo do Estado e por entidades parceiras (como Santas Casas e Organizações Sociais).
O grupo detectou que 41 deles tinham pacientes em macas nos corredores. “A assistência médica fica comprometida”, afirmou Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp.
O problema mais comum encontrado foi a dificuldade de encaminhar pacientes para serviços de referência (hospitais mais especializados).
As visitas, feitas entre fevereiro e abril deste ano, também apontaram que em 42 salas de emergência faltava algum tipo de material e em 33 delas não havia médicos chefes de plantão.
Os dados vão subsidiar uma campanha que começa a ser feita hoje pelo Cremesp, com cartazes e inserções em rádios e emissoras de TV.
Outro lado
O Ministério da Saúde afirmou que destinou R$ 10,3 bilhões à saúde de São Paulo no ano passado e que os investimentos devem aumentar neste ano.
A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a superlotação em alguns prontos-socorros de hospitais estaduais se deve, na maioria dos casos, à falta de estrutura das redes de alguns municípios.
A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo disse que está reestruturando a rede emergencial e que prevê investimentos de R$ 95 milhões para ampliação e construção de novos equipamentos.
Disse ainda que está contratando mais 320 médicos.
Fonte: Folha de S. Paulo