Brasileiro ensina sauditas a administrar hospital

Um brasileiro está por trás da estratégia do hospital da maior universidade só para mulheres do mundo, com 40 mil alunas, a Universidade Princesa Noura, em Riad ...

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Um brasileiro está por trás da estratégia do hospital da maior universidade só para mulheres do mundo, com 40 mil alunas, a Universidade Princesa Noura, em Riad, na Arábia Saudita. Os negócios no país árabe são os que mais crescem dentro da Symnetics, consultoria de gestão fundada há 25 anos no Brasil por Mathias Mangels e que atua no exterior com o nome Tantum.

Mangels acompanha de perto o projeto do hospital de alto padrão, que terá 600 leitos e cuja primeira parte foi inaugurada no fim de 2012. Uma equipe de oito consultores da Tantum – a mesma que tocou projetos de governança no Hospital Sírio Libanês – trabalham no desenvolvimento da estratégia e do modelo de gestão. Executivos de Riad vieram ao Brasil conhecer de perto o Sírio Libanês.

“A gente mostrou que eles precisam focar os recursos financeiros para trazer resultados”, diz Mangels. O hospital de Riad pretende ser um estabelecimento “top”. O rei Abdullah e investidores vão gastar US$ 100 milhões por ano e não se espera um equilíbrio orçamentário no curto prazo.

Mangels, que emprega 400 consultores, tem hoje cerca de 70 em projetos na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes. A Tantum tem 15 profissionais no Ministério do Trabalho saudita, em departamentos responsáveis por políticas de formação de mão de obra, apoio ao desempregado e recrutamento, entre outros. “O cidadão saudita não é educado para trabalhar. A mentalidade de profissional e de carreira é pouco desenvolvida lá”, diz Mangels. O governo tem investido em universidades e programas de estudo no exterior para diminuir o abismo entre oferta e demanda de mão de obra.

Para Mangels, um dos grandes desafios é adaptar-se aos hábitos sociais e ao ‘timing’ dos sauditas. Lá, as coisas andam mais devagar, diz. A série de restrições impostas pela cultura islâmica dificulta o trabalho das mulheres. Toda consultora precisar viajar acompanhada ao país. Certa vez, uma indústria saudita pediu uma apresentação que era ministrada por uma mulher. A Tantum achou melhor cruzar a fronteira e fazer a aula em Dubai, a 1.000 km de Riad.

A Tantum, cujo braço brasileiro é a Symnetics, opera em 14 países da América Latina, Europa e Oriente Médio e fatura US$ 60 milhões. O Brasil é 30% da operação e os demais mercados, 70%. Em 2012, a receita cresceu 60% no exterior e 15% no Brasil. A Tantum tem sócios locais em cada país. Mangels calcula que hoje tem 23 sócios ativos. Já figuraram entre eles os “gurus” de Harvard Robert Kaplan e David Norton, que hoje continuam como parceiros em diversos projetos.

Mangels, de 57 anos, é neto do fundador do grupo metalúrgico que leva seu sobrenome. Ele chegou a trabalhar na Maxitec, uma joint venture da Mangels com a Siemens, mas optou por seguir a carreira de consultor.

Fonte: Valor Econômico

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