Sustentabilidade é o maior desafio da saúde para o futuro

Evento em SP debateu gestões estratégicas do setor

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A necessidade de uma revisão no modelo assistencial da saúde baseado na sustentabilidade do setor foi tema do fórum Health Management Brazil, realizado em 24 de novembro, em São Paulo. O presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, foi um dos palestrantes do evento que abordou a gestão estratégica tanto na saúde pública como na privada. “A saúde pública sai na vantagem por ter um modelo assistencial definido, no entanto, ele é falho”, afirmou em sua fala de abertura. “A saúde suplementar necessita de um novo modelo de gestão, mas ainda é capaz de funcionar, mesmo com deficiências”.
 
Segundo Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, o maior erro é ainda pensar em um sistema de modo vertical. “Tratamos a doença quando ela já está aparente. Não temos nenhum trabalho de prevenção, muito menos um pensamento amplo para tratar as doenças crônicas que estão cada vez mais eminentes na sociedade”, explicou. “Estamos jogando dinheiro fora na saúde. Se pensarmos na sustentabilidade social, refletindo sobre a questão ambiental, social e econômica, começaremos a equiparar o nosso setor como em outros países desenvolvidos”.
 
O lucro das operadoras e prestadoras de saúde também esteve em pauta. Atualmente, a defasagem da tabela SUS, a dificuldade em competir por preços acessíveis e a questão filantrópica de muitas entidades entra em conflito quando o assunto é o bem-estar do paciente. “Os custos não são compatíveis com os orçamentos que temos no setor”, disse Yussif. “O lucro deve sim existir e é uma consequência para que a população continue recendo serviços de qualidade. Quando não existe o lucro quem mais perde é o povo com a alta demanda e a carência na assistência. Evoluímos muito com a regulamentação da saúde suplementar, mas temos de pensar na saúde como um fator nacional, não dividi-la somente por pública ou privada, filantrópica ou lucrativa”.
 
Para Maria Alice Bulgarelli, superintendente comercial do Salomão Zoppi Diagnósticos, a sustentabilidade tem de partir do respeito ao mercado, à indústria e ao beneficiário. “Não existe uma fórmula para uma gestão estratégica de sucesso, no entanto, o foco principal deve ser sempre o paciente. Além disso, respeitar o ambiente hospitalar, comercial, médico e até dos fornecedores é fundamental para a sustentabilidade na saúde. O maior desafio é ampliar o diálogo para saber como fugir daquele ‘mais do mesmo’ e praticar ações eficientes para redução dos custos e ampliação da oferta de serviços”.
 
O evento, que tem dois dias de duração, debate também tendências de tecnologia na saúde, gestão de pessoas, qualidade e acreditação, marketing estratégico e hotelaria no setor. 
 

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