SBU critica aval a novo tratamento para próstata aumentada

Para a entidade, faltam estudos que comprovem a eficácia e a segurança da técnica

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A Sociedade Brasileira de Urologia questiona o parecer aprovado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) que dá sinal verde para o uso de uma técnica menos invasiva para tratar o aumento benigno da próstata (hiperplasia).
 
Para a entidade, faltam estudos que comprovem a eficácia e a segurança da técnica. Assim, ela deveria ser mantida com caráter experimental, usada apenas dentro de protocolos de pesquisa.
 
"É um tratamento que pode dar um bom resultado no futuro. Só discordamos de se dizer que é uma nova opção de tratamento. Não temos estudo de longo prazo, não sabemos o que vai acontecer com esse tratamento", afirma Carlos Corradi, presidente da sociedade de urologia.
 
Para ele, se largamente usada sem o respaldo científico adequado, a técnica pode trazer malefícios aos pacientes. O CFM afirma que o parecer está mantido e que chamou a entidade que reúne os urologistas para debater o tema.
 
A embolização das artérias da próstata consiste no uso de um pequeno tubo que, guiado por aparelho que emite raio X, entra pela virilha e passa por vasos sanguíneos até a próstata. No local, é liberada uma substância que obstrui parte do fluxo de sangue, levando à diminuição da próstata.
 
A técnica vem sendo usada desde 2008 por médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo, dentro de protocolos de pesquisa. Os dados obtidos desde então foram apresentados pelo grupo paulista ao CFM, para que a técnica fosse chancelada e tivesse o uso ampliado para outros centros do Brasil.
 
O parecer aprovado pelo conselho, no final do ano passado, reconheceu benefícios nessa técnica e aprovou seu uso desde que cumpridos determinados requisitos.
 
Alguns deles são a necessidade de acompanhamento dos resultados pelo CFM por cinco anos, a obrigatoriedade de que o procedimento seja feito apenas por médico com capacitação e credenciamento específicos para a embolização e a definição de que a técnica não deve ser a primeira opção de tratamento.
 
Segundo o parecer, deve haver a avaliação do paciente por um urologista, mas o procedimento deve ser feito por médico com formação em radiologia intervencionista.
 
A técnica deverá ser liberada em definitivo por resolução do CFM a ser aprovada até março.
 
Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP e um dos envolvidos no desenvolvimento da técnica, diz que há bons resultados até aqui.
 
"Temos dados clínicos mostrando que os doentes passam pelo procedimento sem complicações, que eles melhoram. Não temos interesse em promover um método que seja falso." Segundo Srougi, as críticas vêm de "indivíduos que ignoram os dados científicos" recolhidos pelo grupo de São Paulo. 

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