Numa cidade grande como São Paulo, onde perde-se horas do dia em congestionamentos, faz toda a diferença realizar uma série de exames em um só lugar. Para as gestantes, esta facilidade pode fazer diferença na escolha da clínica onde realizará os exames de pré-natais. Quando se tem então uma empresa de saúde em que 85% do público é feminino, surge aí uma grande oportunidade de crescimento do negócio. “É uma estratégia de oferecer um produto único ou pouco existente em São Paulo e suprir essa demanda muito forte pela medicina fetal”, afirma o sócio-presidente do SalomãoZoppi Diagnósticos, Paulo Zoppi.
Atuando no mercado paulistano, a rede que tem seis unidades de atendimento na cidade, uma recém-inaugurada no bairro do Tatuapé. Em todas elas são feitos exames como análises clínicas, diagnósticos de imagem, anatomia patológica e métodos gráficos. No início de 2013, a empresa investiu mais de R$ 1, 5 milhão em um novo projeto, a criação do MAMI – Centros de Diagnóstico em Medicina Fetal dentro de suas unidades.
Segundo a SalomãoZoppi, eles são os primeiros no País a oferecer todo o leque de exames para gestantes reunidos em um só lugar – principalmente aqueles mais modernos e de maior complexidade. Podem ser realizados no Mami cerca de 20 exames. Cinco deles poderão ser feitos graças a novas parcerias com especialistas em genética e fetoscopia, os médicos Ciro Martinhago e Denise Pedreira. “Somos um laboratório que fornece diagnósticos, mas estamos nos propondo a ir um pouco mais à frente e conduzir um colega no sentindo de proporcionar uma resolução para alguma coisa que a gente faça um diagnóstico. É uma inovação para a gente também”, acredita Zoppi.
Denise é uma das poucas especialistas no Brasil habilitadas a fazer uma cirurgia no bebê quando ele ainda está dentro do útero da mãe e se por algum tipo de anomalia a criança necessita do procedimento antes de nascer. Esse é um dos métodos mais modernos que existem, realizado por laparoscopia, controlada por ultrassom. O procedimento não acontece no laboratório, mas o SalomãoZoppi consegue agendar a realização do exame em que a médica visualiza o problema através de um ultrassom especial. É o que se chama de intraconsulta fetal.
Além do investimento financeiro do projeto, que incluiu a adequação da infraestrutura física dentro das unidades e a aquisição de aparelhos de ultrassom de última geração, o MAMI exigiu um enorme trabalho da área médica, que desenvolveu um manual específico do centro de medicina fetal. Também foi necessária a elaboração de planos de marketing e estratégias de divulgação dos novos centros. Outro ponto importante envolveu a capacitação dos funcionários para estarem preparados a receber e atender uma grávida, desde o momento do agendamento da consulta até a recepção na unidade. Fazem parte da rotina do atendimento pequenos cuidados, como acomodar a gestante que está esperando por um exame sempre perto de um banheiro ou nunca deixá-la em pé.
Foram contratados ainda novos profissionais, que precisam ser especialistas em medicina fetal. Para isso, além de serem médicos ultrassonografistas, eles precisam ser formados em ginecologia e certificados internacionalmente, o que exigiu da empresa um investimento muito alto no corpo clínico.
Para o SalomãoZoppi, um dos principais diferenciais do Mami é o foco não apenas na paciente, mas sobretudo no médico. Obstetras terão segurança ao indicar e contar com a expertise do laboratório. Entre os novos exames disponíveis estão o teste de DNA fetal no sangue materno e o marcador de pré-eclampsia. Este último dá ao médico a possibilidade de tratar uma condição importante, responsável por um índice muito alto de nascimento de bebês prematuros e morte de gestantes.
Mesmo no começo, o Mami já recebeu um grande número de solicitação de informações sobre os novos exames disponibilizados. Atualmente o projeto está em fase de gerenciamento. O esforço de marketing feito previamente passa por monitoração e há um sistema interno de apuração. Colaboradores fazem visitas constantes aos médicos para terem um feedback dos primeiros resultados. “O projeto está numa fase inicial, ainda é muito cedo para fazer uma mensuração, mas temos uma perspectiva muito boa pela reação positiva ao lançamento”, diz Luis Salomão, sócio-presidente da empresa. “O obstetra tinha carência desse produto”. Por isso mesmo, o maior trabalho de divulgação dos novos centros Mami estará concentrado junto à classe médica. “Queremos que os profissionais saibam que existe agora uma solução no mercado”, completa.
Para monitorar os resultados do Mami foram criados indicadores para acompanhar o volume dos exames realizados bem como os índices de retorno de pacientes e indicações feitas pelos mesmos médicos.