Quase metade dos alunos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foi reprovada no Exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Segundo o conselho, 48,13% dos 2.726 que fizeram a prova acertaram menos de 60% das questões da prova, o que o Cremesp considera o mínimo para aprovação.
Entre os estudantes de escolas públicas paulistas, a reprovação foi de 26,4%. Já entre os cursos privados do Estado de São Paulo, 58,8% dos alunos reprovaram.
Apesar do resultado ruim, o desempenho dos novos médicos no Exame do Cremesp 2015 foi ligeiramente melhor que nos últimos três anos, segundo o conselho, “com a taxa de reprovação ficando pouco abaixo da metade, 48,1%. No ano passado, os reprovados foram 55%; em 2013, 59,2%; e em 2012, foram 54,5%”.
Além do número de reprovação, o conselho destaca que “muitos dos recém-formados desconhecem o diagnóstico ou tratamento adequado de casos básicos e problemas de saúde frequentes, como: tratamento inicial do infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, crise de asma brônquica do adulto e criança, atendimento inicial de vítima de acidente automobilístico, diagnóstico de hipertireoidismo, conduta na cetoacidose diabética e na identificação de quadro de doenças mentais (esquizofrenia, distúrbio bipolar) etc”.
Segundo o conselho, o exame tem o objetivo de avaliar o desempenho dos recém-formados em Medicina. A prova foi realizada no dia 18 de outubro de 2015 em dez municípios paulistas. Ainda de acordo com o Cremesp, existem em São Paulo 45 escolas médicas em atividade. Dessas, 30 foram avaliadas no Exame de 2015. As demais, abertas há menos de seis anos, ainda não formaram turmas à época da prova.
Necessidade do exame
O conselho informa ainda que o exame do Cremesp passa a ser critério para acesso à Residência Médica, concurso público e mercado de trabalho. Programas de Residência Médica, como da Unicamp, USP de São Paulo, USP de Ribeirão Preto, Santa Casa, Unifesp, ABC, Hospital do Servidor Público Estadual, FM Rio Preto entre outros, passarão a exigir, a partir deste ano, a participação no Exame do Cremesp como condição para o acesso à Residência.
A Secretaria da Saúde do Município de São Paulo publicou portaria exigindo a participação na prova do Cremesp a todo médico que se inscrever em concurso público para preenchimento de vagas, assim como outras secretarias e instituições privadas de saúde.