Médicos de diversas cidades-sede da Copa do Mundo – inclusive os que atuam diretamente nos estádios – estão usando um grupo no Whatsapp (aplicativo de mensagens para celular) com o intuito de compartilhar informações e experiências durante o mundial. A maioria dos profissionais são cirurgiões, intensivistas, anestesistas e pediatras da rede pública e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“A partir de Santa Maria [incêndio na boate Kiss], a gente viu que os recursos que temos hoje são importantes para mobilizar equipes em diferentes locais. A estratégia acaba levando a um aprendizado para todos os profissionais que participam dessa rede”, explicou Gustavo Fraga, presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Fraga, ao final de cada jogo os profissionais compartilham, por exemplo, o número de atendimentos realizados e a quantidade de pacientes que precisaram ser removidos para um hospital. A maioria dos casos registrados, segundo ele, apresenta dor de cabeça associada à pressão alta, intoxicação, diarreia e consumo de álcool em excesso.
Apesar da baixa demanda por atendimento de pessoas envolvidas em pequenos conflitos, o grupo permanece alerta para acompanhar o jogo entre Argentina e Nigéria, em Porto Alegre (RS). O motivo: o grande número de torcedores argentinos e a rivalidade entre o país vizinho e o Brasil.
“Nosso grupo está montado e continua até o final da Copa. A ideia é mantê-lo ativo mesmo depois disso, para casos de atendimento em desastres ou acidentes com múltiplas vítimas”, disse. “Afinal, a Copa vai passar, mas os problemas na saúde vão continuar. E os legados na área da saúde vão ser pequenos em relação aos demais”, concluiu.