Indicadores de desempenho são importantes para a gestão de hospitais

Diretores do SINDHOSP e IEPAS participaram de evento que debateu o tema

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Para discutir as melhores práticas para aprimorar os processos, comparar resultados por meio da aplicação de bons indicadores, com o objetivo de melhorar a efetividade clínica das instituições de saúde e garantir excelência no cuidado ao paciente, resultados assistenciais e financeiros, presidentes, CEOs, diretores e gestores gerais, clínicos, técnicos, administrativos e de qualidade participaram da 6ª Conferência sobre Indicadores de Desempenho Hospitalar, realizada nos dia 21 e 22 de outubro, no Golden Tulip Park Plaza, em São Paulo.
 
O presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, presidiu a mesa de debates no primeiro dia do seminário, que abordou os modelos assistências que geram processos e indicadores de qualidade como índices de confiabilidade nas instituições de saúde. O diretor das duas entidades, Luiz Fernando Ferrari Neto, e o presidente do IEPAS, José Carlos Barbério, também participaram do evento.
 
Na abertura da conferência, Yussif chamou a atenção para o cenário atual econômico e político do país, que vem trazendo reflexos para o setor da saúde. “Estamos a poucos dias do segundo turno das eleições, e apesar de a saúde ser uma das principais preocupações  da população, pouco se falou sobre ela na campanha eleitoral. Vivemos num país que forma 18 mil médicos por ano e temos um governo que importa 14 mil médicos e não sabemos se estes profissionais estão ou não preparados para atender às necessidades dos brasileiros. Somos reféns desta situação e de tudo o que está sendo praticado. Precisamos repensar, analisar e buscar soluções”, sugeriu, afirmado que “estamos em uma corrida de obstáculos e precisamos mostrar à população o que está feito  pela saúde e fazer com que haja realmente uma discussão em busca de melhorias para o setor”. 
 
E um dos pontos que precisam ser discutidos na saúde, na opinião do cirurgião torácico e professor convidado para compor a Câmara Técnica do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Alberto Kaemmerer, é o modelo de transição do cuidado. “Não temos uma transição da academia para o mercado. Há médicos demais e qualificação de menos. Dessa maneira não se pode dizer que há gestão da saúde. É preciso criar um novo modelo assistencial e repensar a questão das doenças crônicas.”
 
Elaborar e implementar um conjunto de indicadores de desempenho hospitalar que irá medir a eficiência e a produtividade dos serviços médicos, seus gastos para realizá-los e a satisfação dos pacientes e familiares que se utilizam dos serviços tem sido a solução implementada, segundo o médico, como uma das alternativas para o mercado. Mas, para ele, é preciso ir além. “Para a construção de um modelo de transição do cuidado é necessário que haja uma parceira entre o público e o privado, de onde se possa extrai os dados para a construção de indicadores mais eficazes. Hoje temos dados e números muitas vezes maquiados. Não há como se construir indicadores com o que temos atualmente, enquanto ainda se confunde gastos e custos com desperdícios e o corpo clínico é aberto”, constatou Kaemmerer, afirmando: “Não consigo vislumbrar nada com este modelo de gestão. A construção de indicadores para ter credibilidade tem que estar atrelada à mudança do modelo assistencial”.
 
Para a médica sanitarista e especialista em epidemiologia e governança clínica, Denise Schout, os indicadores devidamente utilizados possibilitam um bom diagnóstico de como o trabalho em saúde está correspondendo às necessidades da população e como desempenham um papel fundamental no planejamento e na avaliação de programas e serviços em saúde. “Efetividade, equidade e custo-efetividade são uma tendência mundial. É com a organização dos serviços que se garante credibilidade aos dados e propõe um modelo técnico-assistencial de gestão com regulação.”
 
Na opinião do gerente médico do Hospital São Camilo – unidade Santana, Renato Vieira, é o painel de indicadores de desempenho que irá permitir aos diretores e gerentes medir e acompanhar a performance do hospital nas perspectivas financeira, mercadológica e operacional de seus serviços, e se necessário, agir corretivamente. “Somos especialistas na construção de indicadores que permite o acompanhamento do desempenho do hospital. A minha experiência mostra que o importante é que os tomadores de decisão estejam todos sentados à mesa para um debate e pensem como se equilibra o que se gasta em função do que se necessita, lembrando que o risco pode ser calculado, mas as incertezas não.”  
 
No evento, também foram discutidos o registro da assistência na geração de indicadores confiáveis, governança clínica e evolução dos indicadores de qualidade, o retorno de investimentos sobre os programas assistenciais de qualidade e como definir os indicadores que melhor refletem em uma boa qualidade da saúde. No segundo dia, o seminário abordou temas sobre os indicadores administrativo-financeiros.   
 

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