Pacientes com pouco tempo de vida e que estejam com tratamento contra o câncer não estarão entre os selecionados para participar da pesquisa clínica conduzida pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com a fosfoetanolamina sintética, substância que se apresenta com potencial para curar a doença, mas que ainda não foi testada em seres humanos e não tem liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada como medicamento.
Os detalhes sobre a pesquisa, que poderá ser feita com até mil pessoas, foram apresentados ontem. “A ideia não é restringir o acesso, mas dar à medicação uma chance real de benefício e que não haja perda para o paciente”,explicou Paulo Hoff, diretor do instituto. O investimento será de R$ 2 milhões. Pacientes que estão em algum intervalo do tratamento convencional ou que estão em fase em que não há tratamento disponível estarão entre os selecionados.
O esquema de seleção ainda não foi divulgado, mas o objetivo é criar uma página na internet contendo todos os pré-requisitos para dar transparência ao processo. Ficou determinado que dez tipos de câncer serão submetidos ao tratamento com a substância: cabeça e pescoço, mama,colo uterino,próstata, estômago, fígado, pulmão, pâncreas, melanoma, cólon e reto.
O projeto foi encaminhado para aprovação da Anvisa e do Conselho Nacional de Saúde. Além da aprovação desses órgãos, será necessário ainda que o responsável pela substância, o professor aposentado do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos Gilberto Chierice, forneça a fórmula para que as cápsulas sejam produzidas pelo laboratório da Fundação para o Remédio Popular (Furp). Chierice ainda não deu uma resposta. A pesquisa pode começar no primeiro trimestre de 2016.
Na fase inicial do estudo, dez pacientes serão submetidos ao teste de segurança de dose. Caso eles não apresentem efeitos colaterais, grupos de 21 pacientes para cada tipo de câncer selecionado vão tomar a pílula. Os testes serão no A. C. Camargo, Hospital do Câncer de Jaú,Hospital do Câncer de Barretos e Icesp.