Remuneração, modelo de contratação de corpo clínico e retenção de talentos são algumas das variáveis quando o assunto é o engajamento médico e foram abordados no 4º Hospital Management Summit (HMS), realizado de 7 a 9 de abril, pela International Business Communications (IBC), em São Paulo, que reuniu especialistas e lideranças do setor, gestores e administradores de hospitais públicos e privados, representantes de operadores de planos de saúde e de fornecedores e consultores para discutir o modelo de assistência à saúde no Brasil, o cenário atual, as ações para garantir conquistas na prestação de serviços à saúde e equilibrar os custos sem perder a eficácia da qualidade.
O superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, iniciou o fórum abordando a questão da gestão do corpo clínico e de como fazer saúde e prestar serviços nessa área são funções distintas, mas que se complementam nas estratégias de gerenciamento tanto de hospitais públicos como de privados. “Gestão e administração são sinônimos na questão hospitalar. O que temos que falar é do mar que separa a questão financeira para se gerir e administrar uma instituição de saúde. Temos o espaço físico e a capacidade de gerir esses recursos. O fato é que eles têm que caminhar juntos”, disse.
São mudanças que refletem na gestão da equipe e no modelo de assistência focada no paciente. Esse trabalho, de acordo com Vecina, tem que seguir ao lado da gestão clínica, que interfere na vida de todos os profissionais, inclusive do médico. “Efetividade clínica, gerenciamento de riscos, uso da informação, auditoria, educação permanente e transparência são práticas assistenciais que estão sendo feitas em boa parte do mundo civilizado e que começam a ser realizadas aqui. O entendimento de que a sustentabilidade do setor atinge a todos participantes da cadeia de valor da saúde é essencial”, afirmou
O presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, que coordenou as mesas de debates no primeiro dia do evento, comentou que um hospital para atingir seus resultados técnicos e financeiros precisa de alinhamento com o seu corpo clínico.
Na análise das estratégias para melhorar a relação entre prestadores e operadoras de planos de saúde, o coordenador do departamento de Saúde Suplementar do SINDHOSP, Danilo Bernik, falou sobre modelos de remuneração proposto para o setor. Uma das propostas é pagamento por meio de procedimentos gerenciados e que leva em conta o desempenho das entidades médico-hospitalares. “A iniciativa nasceu da necessidade do mercado implantar concorrências mais igualitárias, uma vez que atualmente o setor enfrenta uma crise de sustentabilidade”, explicou.
Ele também falou da remuneração por diária global e concluiu dizendo que há muitas distorções no mercado e defendeu que as realidades diferentes sejam levadas em conta no contexto de um país de serviços ainda muito heterogêneos.
No último dia do 4º HMS, o diretor do SINDHOSP e da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, falou sob re as doenças crônicas não transmissíveis e que em 2020, elas serão responsáveis por 80% de toda a carga de doença dos países em desenvolvimento. “O país passa por um rápido processo de envelhecimento. A redução da taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida vêm contribuindo para este processo. Entre os idosos, oito em cada dez possuem pelo menos uma doença crônica. O que precisamos fazer é que essas doenças sejam menos incapacitantes”, refletiu.
Para tanto, segundo Ferrari, é preciso mudar do modelo vertical de atenção à saúde para o horizontal de cuidados, contemplar a atenção ambulatorial especializada e multidisciplinar e o cuidado hospitalar quando necessário, integrado à atenção básica. Ele também destacou a importância dos cuidados continuados e da educação como essências na manutenção da saúde.
Os diretores do SINDHOSP e da FEHOESP, José Carlos Barbério e Marcelo Luis Gratão, também estiveram no evento.
Veja a cobertura completa do 4º HMS na próxima edição do Jornal do SINDHOSP