O crescimento da obesidade no Brasil é um dos temas de debate na saúde atual. Pesquisas apontam que o consumo de açúcar já se equivale ao vício em heroína.
Marie Bendelac, sócia-diretora da Be Coaching, explica que "não é possível ter um comportamento saudável se não há um ambiente saudável". Ela afirma que o excesso de marketing e publicidade de produtos calóricos faz com que eles se tornem mais acessivos e atrativos. "Estamos perdendo essa guerra".
Paula Johns, diretora-executiva da Aliança do Controle do Tabagismo, abordou também a necessidade de se debater de forma sistêmica o uso do cigarro. "Muito já foi feito, mas precisamos continuar falando, prinicipalmente, sobre os cigarros com sabores, que continuam sendo vendidos como atrativos".
Obesidade infantil
A participação do governo e da sociedade civil é fundamental para a mudança alimentar, esse foi o consenso entre pediatras e endocrinologistas. "Me pergunto de onde vem alimentos que são tão destrutivos para as crianças", afirmou o pediatra Sergio Spalter. "O foco é trabalhar na prevenção e, infelizmente não é isso que tem sido feito", disse Hélio Rocha, coordenador científico do projeto "Obesidade Infantil Não".
A endocrinologista especialista em obesidade, Daniela Telo, apontou que no Brasil 44% das crianças até 5 anos está obesa. "Falta educação alimentar infantil e também educação dos pais para se conscientizar da importância de insistir na comida saudável".
Superação
A jornalista e atriz Cristiana Oliveira contou um pouco sobre a sua experiência com a obesidade.
Segundo ela, por disfunções familiares ela ultrapassou os 100kg. Em uma de suas gravidezes engordou 40kg nos nove meses.
"Vemos uma ditadura que impõem a magreza, remédios e shakes que se dizem milagrosos, quando na verdade a mudança de hábitos alalimentares deve ser um estilo de vida".
Atualmente Cristiana dá palestras motivacionais em empresas e organizações governamentais para auxiliar pessoas que tentam emagrecer.
Por Rebeca Salgado
Foto: Leandro Godoi