Num país em que o envelhecimento da população vem se mostrando um dos grandes desafios para a saúde, a economia e a sociedade, é preciso aperfeiçoar os padrões de atendimento aos idosos. Essa foi a discussão do workshop “Cuidador 2.0, Como as transformações na sociedade brasileira influenciarão os modelos de cuidado do idoso?”, com Martha Oliveira, diretora de Estratégias e Novos Negócios da Qualirede. “O envelhecimento é uma conquista da sociedade, mas é preciso que seja com qualidade e com resultados razoáveis em saúde para a qualidade de vida. O problema é que nosso modelo encarece o atendimento, pois o idoso vai muitas vezes aos serviços”, destaca ela.
De acordo com Martha, o país está fazendo uma transição demográfica, mas não fez transição dos serviços de saúde. “O modelo brasileiro está ainda alinhado com o perfil das décadas de 60 e 70, voltado para doenças agudas infecto contagiosas e hoje predominam as doenças crônicas, que precisam de outro modelo, de cuidado e prevenção”, explicou.
São muitos os caminhos para reverter o quadro, de acordo com ela. Um dos mais imediatos é não ter a certeza de que sabe de tudo e dar atenção para a dinâmica da internet, que tem forte apelo com o público idoso. “O idoso quando entra no mundo digital passa mais tempo nesse ambiente que os demais públicos e, quando se fideliza, ele confia em um site e vai sempre acessá-lo”, exemplificou. Segundo ela, exemplos de sucesso como na Holanda, de atenção primária são os que mais atendem e compreendem as necessidades desse público.
Por Eleni Trindade