A sétima edição do Congresso Nacional dos Hospitais Privados – Conahp, aconteceu no Expo Transamérica, em São Paulo, entre os dias 26 e 28 de novembro. O evento reuniu mais de 4 mil profissionais do setor de saúde e teve como tema “Saúde baseada na entrega de valor: o papel do hospital como integrador do sistema”. Houveram diversas palestras com gestores da área de saúde e stands com expositores.
O Vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, esteve presente no evento e ressaltou a importância do conteúdo do Congresso. “Com todos os efeitos que aconteceram na saúde, precisamos cada vez mais aumentar o diálogo entre os gestores através do conteúdo. O paciente precisa estar, nessa discussão, no centro de tudo”, analisou o executivo. Também esteve presente no evento o diretor do IEPAS, José Carlos Barbério, que enfatizou a importância da educação e pesquisa para melhorar a qualidade da saúde. “Quem é que não precisa de ensino, pesquisa e educação? Trocar informações sobre como melhorar o sistema de saúde brasileiro, realizar pesquisas que forneçam dados relevantes e capacitar nossos profissionais é o objetivo principal do IEPAS”, destacou Barbério.
Nos 3 dias de palestras, os assuntos que se destacaram foram: ética na saúde, empoderamento do paciente, desospitalização, tecnologia e o sistema de saúde baseado em valor, com o paciente no centro do cuidado de saúde, ganhando um papel de mais destaque.
O evento recebeu a palestra “A experiência do paciente na construção de valor: como engajar, medir e gerar resultado”, que reuniu especialistas para debater o tema. Antes do debate, o sócio da consultoria global Korn Ferry, empresa especializada em implantação de estratégias de alta performance, Cristopher Rowe expôs as dificuldades de transição do atual modelo de gestão de saúde para o modelo baseado em valor. “Antes de se começar qualquer jornada de mudança é preciso responder algumas perguntas como: o que você pode fazer como organização? Qual impacto é desejado? Quais suas perspectivas? Porque, quando pensamos em pacientes, as repostas variam de um indivíduo para outro, ou seja, não se deve pensar no valor como estratégia comercial, mas sim como a atividade chave para entrega ao paciente”, disse Rowe.
A diretora corporativa de qualidade e segurança do paciente do Hospital Santa Catarina, Camila Sardenberg, compartilhou da opinião do especialista. “Os hospitais estão muito passivos, esperando o paciente chegar, quando na realidade deveríamos nos integrar a cadeia de serviços, pensando não só no episódio de cuidado, mas no que acontece com o paciente antes e depois desse atendimento. Pacientes mais graves ainda vão chegar de ambulância e helicóptero nos hospitais, mas a ideia é evitar, com cuidado primário, para vivermos a saúde e não a doença”, explica.
Para Rowe, as decisões chave devem focar no paciente, mas é impossível fazer isso sem engajar a equipe médica e todos os colaboradores de um hospital. “Não só isso, mas os pacientes devem compartilhar suas experiências de maneira sincera com seus médicos e esses relatos devem chegar até a direção da instituição, que mais do que qualquer indivíduo nesse processo deve estar andando de maneira muito próxima de tudo”, finalizou.
Estimativa de custos na saúde suplementar
O economista especializado em saúde do The World Bank, André Medici, afirmou em sua palestra que o gasto mundial com saúde deve crescer 5,4% ao ano até 2022. Somente na América Latina, nos próximos 3 anos, gasto com saúde deve saltar para US$ 417 bilhões. Para ele, o motivo disso são vários fatores, entre eles a valorização do dólar e do euro na economia global, o envelhecimento da população, o investimento em novos tratamentos e tecnologia e o aumento do custo de mão de obra. “Focar no resultado do paciente é a meta daqui para frente. Temos que ter um ciclo contínuo de melhorias, buscar dados sobre resultados, avaliar variações de custo, identificar melhores estratégias e consolidar inovações. Mas essa é uma questão que só começa no Brasil”, afirma Médici. Para o economista, os maiores desafios são básicos. “A ausência de uma base de dados e a padronização dessa informação é o primeiro deles. Não há no Brasil uma interoperabilidade dos sistemas. Além disso, há a incerteza do cenário econômico mundial, e principalmente brasileiro, somada ao custo dos tratamentos que só aumentam. “Os primeiros passos incluem o investimento em tecnologia, mas também recrutar, desenvolver e reter novos talentos nas organizações. Mas não é só treinamento, é necessária uma mudança de cultura”. De acordo com Médici, a saúde baseada em valor exige novos conceitos e reinvenção de processos e formas de mensurar os custos. Trabalhar com prevenção é um desses pontos, afinal, tratar episódios é mais caro do que prevenir e evitar que o paciente chegue ao hospital.
No último dia do evento, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi enfático em alertar que “não dá para o sistema atender tudo em todos os municípios”. Mandetta fez uma análise histórica do sistema de saúde brasileiro. Segundo ministro, o SUS, que é o maior sistema de saúde do mundo, está diante de um desafio: “o que temos de possibilidade versus a inventividade e trazer isso para dar escala. A escala é a filha querida do sistema de sa&uacut