Venda de remédio cresce mais no País que no exterior

Os progressos na renda dos brasileiros e a decisão do governo de manter os gastos com a saúde fazem a festa das empresas farmacêuticas. Em entrevista ao Estado...

Compartilhar artigo

Aumento da renda da população e gastos do governo com saúde fazem do Brasil um mercado cobiçado pela indústria farmacêutica

Os progressos na renda dos brasileiros e a decisão do governo de manter os gastos com a saúde fazem a festa das empresas farmacêuticas. Em entrevista ao Estado, o CEO da farmacêutica AstraZeneca e presidente da Federação Internacional da Indústria Farmacêutica, David Brennan, aponta que a taxa de crescimento das vendas de remédios no Brasil é hoje seis vezes superior ao desempenho dos mercados dos países ricos.

“No Brasil, estamos vendo uma expansão do mercado de remédios da ordem de 13% por ano. Nos países ricos, ela não chega a 2%”, disse o executivo. Segundo ele, só as vendas na China batem as do Brasil.

Brennan tem duas explicações para o fenômeno. A primeira delas é a maior renda do brasileiro. “Conforme a população vai saindo da pobreza e acumulando um salário melhor, a primeira coisa que as famílias buscam é melhor saúde e melhor educação”, explicou. Nesse cenário, ganha a venda de remédios no balcão.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% dos gastos no Brasil com remédios ainda vêm do bolso de cada cidadão.

Outra realidade é a manutenção dos gastos do governo com a saúde. Sem o problema da dívida, o governo brasileiro e os dos demais países emergentes continuam a gastar com saúde, o que também representa um amplo mercado para as farmacêuticas.

Se Brennan aponta para a expansão do mercado brasileiro, ele alerta que a disputa por patentes no Brasil o obrigou a cancelar investimentos para a instalação de uma fábrica no País.

Investimentos – Outros não sofrem com esse problema e investem no Brasil. Há poucas semanas, a Novartis revelou planos de gastar US$ 300 milhões para abrir uma fábrica que produzirá vacinas no Brasil e deverá criar cerca de cem postos de trabalho, no maior projeto de investimento da companhia até hoje no País.

Será o primeiro local de biotecnologia em escala industrial a ser construído no País pela empresa. A Novartis insiste que sua iniciativa que ficará pronta em 2014 ajudará o Brasil a reduzir sua dependência do fornecimento externo.

Mas dados de vendas mostram que levar a produção para locais próximos do consumo tem sido tendência entre várias empresas do setor. Na Roche, as vendas no Brasil e nos países dos Brics também vêm compensando a estagnação nos países ricos. Nos 11 primeiros meses do ano, a Roche registrou uma alta de vendas em dólares de apenas 6%.

Nos Estados Unidos, a expansão nesse período foi de apenas 1% e de 4% na Europa. No Japão, a empresa que produz o Tamiflu registrou uma contração de 2%. Nos países emergentes, a situação foi bem diferente. As vendas no Brasil aumentaram 16% e, na China, 28%.

A francesa Sanofi também destaca a expansão do mercado brasileiro. Os lucros líquidos da empresa no terceiro trimestre do ano registraram queda de 3%. Mas, nos países do Brics, a expansão foi de 20,2%. A divisão de diabete da empresa também tirou proveito dos países emergentes e dos novos problemas enfrentados por essas sociedades.
 

Fonte: O Estado de S. Paulo

Artigos Relacionados...

Últimas Notícias

O sentimento dos trabalhadores brasileiros

William Shakespeare dizia que “a alegria evita mil males e prolonga a vida”. Infelizmente, os resultados da pesquisa State of the Global Workplace, realizada pela

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima