Depois de realizar o primeiro grande estudo em 17 anos sobre a segurança de vacinas, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos apresentou um relatório tranquilizador à população norte-americana. Segundo revelou o jornal The Washington Post, foram revisadas cerca de mil pesquisas científicas relacionadas ao tema imunização e, ao fim, a conclusão foi que, de forma geral, as vacinas são seguras e seus benefícios superam em muito os pequenos riscos e efeitos colaterais eventuais.
A entidade assegura que boatos constantes – inclusive no Brasil – de ligação das doses com o surgimento de males como o autismo ou diabetes tipo 1 não passam de preocupações infundadas, sem qualquer comprovação científica. “Os efeitos colaterais de que estamos falando são relativamente raros e a maioria dos que encontramos são ou de curto prazo ou facilmente tratados”, afirmou ao jornal a chefe do comitê que fez a revisão, a professora de pediatria da Universidade Vanderbilt Ellen Wright Clayton.
Nos últimos anos, muitos norte-americanos passaram a difundir a hipótese de que seus filhos estavam começando a sofrer de alguns males logo depois de serem vacinados. Parte da direita cristã fundamentalista americana também vem pregando que, por questões de fé, as pessoas não devem ser vacinadas – já que o destino dos homens caberia apenas a Deus. O argumento ganhou um número expressivo de adesões, forçando as autoridades de saúde do país a lutar para evitar que ele se dissemine.
Esperança
Combinado com o medo da ressurgência de surtos de doenças como sarampo, o tema virou grande preocupação para o governo americano. Mesmo que vários estudos anteriores tenham chegado a conclusões semelhantes sobre a generalizada segurança das imunizações, o fato de uma análise tão ampla ter sido feita pela Academia Nacional de Ciências, uma das mais respeitadas instituições do país, faz com que as autoridades acreditem que a conclusão possa ajudar a melhorar a imagem das vacinas, mesmo entre os mais renitentes críticos. “Nós temos muitas evidências de que as vacinas salvam vidas e evitam muito sofrimento”, conclui Ellen Wright Clayton.
Fonte: Correio Braziliense