Rio cria 1º programa estadual de vacinação contra HPV

O Rio pode se tornar o primeiro Estado a oferecer a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), responsável por alguns tipos de câncer, como o de colo do útero e de pênis.

Compartilhar artigo

O Rio pode se tornar o primeiro Estado a oferecer a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), responsável por alguns tipos de câncer, como o de colo do útero e de pênis. Foi publicada em Diário Oficial, ontem, lei que estabelece a criação de um programa estadual de vacinação contra o HPV, mas sem esclarecer qual será o público alvo, o tipo de vacina ou a data para o início da imunização.

“Fizemos uma lei bem ampla para que a secretaria possa se organizar. A ideia é começar com uma campanha de conscientização, porque não adianta comprar a vacina e as pessoas não aparecerem no posto”, disse o deputado Bernardo Rossi (PMDB), coautor da lei. A Secretaria da Saúde se limitou a informar que a lei ainda será regulamentada pelo Poder Executivo.

A vacina contra o HPV é oferecida na rede pública em alguns municípios, como Itu (SP), Campos dos Goytacazes (RJ) e São Francisco do Conde (BA), mas é a primeira vez que um Estado anuncia a vacinação em todo o seu território.

Para a infectologista Isabella Ballallai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, seção Rio (SBI-RJ), a falta de definições na lei é preocupante. “Quando Campos anunciou a vacina, ela já havia sido comprada, a estratégia estava definida. É complicado criar expectativa na população. Não se implanta vacina por lei, é preciso traçar uma estratégia, estabelecer o custo-benefício”, afirmou.

Ela estranhou o fato de a lei prever um “calendário anual de vacinação”. “A vacina de HPV é uma vacina de rotina, que deve ser tomada em três doses num prazo de seis meses. Não é vacina de campanha anual”.

O infectologista Mauro Romero, coordenador do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense, aprovou o anúncio. “Não é uma medida isolada no mundo. Outros países já oferecem a vacina na rede pública”, disse.

Em 2008, parecer do grupo de trabalho do Ministério da Saúde recomendava a não incorporação da vacina em território nacional. Naquele momento, custaria R$ 1,85 bilhão vacinar meninas de 11 e 12 anos, enquanto o orçamento do Programa Nacional de Imunização era de R$ 750 milhões por ano. O grupo recomendou ações como exames preventivos e uso de preservativos.

Fonte: O Estado de S. Paulo
 

Artigos Relacionados...

Últimas Notícias

O silêncio dos partidos sobre a saúde

Propostas contidas nos programas de governo, em sua maioria, são genéricas e, com frequência, inexequíveis As mazelas do sistema de saúde costumam figurar entre as

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima