Grupo de 45 pessoas se comprometeu a arrecadar R$ 150 mi para construir unidade, mas hospital de São Paulo não confirma planos
Milionários cariocas resolveram abrir a carteira em nome de uma causa comum: levar para o Rio de Janeiro uma unidade do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, referência no atendimento de alta complexidade no país.
O grupo é formado por empresários, profissionais liberais e famílias de projeção na sociedade carioca. Até ontem, reunia 45 pessoas que se dispunham a doar, ao todo, R$ 150 milhões para a unidade. A identidade da maioria delas é mantida em sigilo.
A expectativa é que outros cinco nomes se juntem à lista até o dia 30, quando os doadores pretendem formalizar a criação de uma associação de amigos da filial carioca do hospital – cuja construção não foi confirmada oficialmente pelo Einstein.
“Já temos o dinheiro que a gente esperava arrecadar apenas em duas etapas. São R$ 150 milhões em cima da mesa”, diz o empresário Ronaldo Cezar Coelho, ex-secretário municipal de Saúde do Rio e porta-voz do grupo.
Ele conta que a mobilização para arrecadar doações começou em dezembro do ano passado. Foi, segundo ele, resultado de uma “convergência” de interesses dos doadores e do grupo que administra o hospital.
“Por um lado, havia um grupo de cariocas com o objetivo de trazer um hospital de excelência para o Rio. Por outro, o Einstein estava avaliando a possibilidade de entrar no mercado do Rio”, diz.
Segundo ele, o valor mínimo de cada doação é de R$ 2 milhões. Há casos, porém, em que o valor prometido ao hospital chega a R$ 15 milhões. Com isso, Coelho diz acreditar que a meta de R$ 150 milhões será superada. Nesse caso, o excedente também será destinado ao hospital, que, segundo ele, exigirá investimentos de R$ 450 milhões.
“É uma operação inédita no Brasil. É dinheiro do bolso de famílias, de pessoas, não de empresas”, diz.
Segundo ele, porém, não são apenas famílias abastadas que serão beneficiadas pelo projeto. Por ser um hospital filantrópico, o Einstein oferece vagas para o atendimento de pacientes do SUS. “E o serviço público vai ter vantagens por poder treinar profissionais em um padrão que hoje não há no Rio.”
Fonte: Folha de S. Paulo