A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, dia 25 de julho, comercialização do primeiro antiviral direto para o tratamento da hepatite C no Brasil, o Boceprevir. O medicamento, conhecido internacionalmente como Victrelis, é produzido pelo laboratório americano MSD. Segundo a empresa, ele é capaz de aumentar em até três vezes as chances de obter a cura da doença em pacientes que nunca foram tratados e naqueles que não obtiveram sucesso com o tratamento atualmente disponível.
O remédio foi aprovado para a comercialização nos Estados Unidos em maio deste ano e, na Europa, na semana passada. O Boceprevir é uma terapia adicional, que deve ser administrado em terapia tripla, combinado com o Peginterferon e a Ribavirina, que são os medicamentos usados atualmente no tratamento da hepatite C no mundo. O gerente médico de virologia do laboratório, Felipe Rogato, afirma que, com a combinação, é possível aumentar as chances de cura dos atuais 40% para 63%.
A aprovação ocorre pouco antes da comemoração do Dia Mundial da Hepatite, na próxima quinta-feira, data oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, há cerca de 1,5 milhão de portadores da doença. Cerca de 10 mil pessoas são infectadas pelo vírus anualmente. Na quinta, será divulgado, pelo Ministério da Saúde, o Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2011. O órgão adiantou que não houve grandes mudanças no número de pacientes com a doença em relação ao relatório passado.
Segundo o ministério, a expectativa é de que o novo medicamento seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, deverá passar por análises da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS, que tem um prazo de seis meses para avaliar a questão, após a entrada do produto no mercado. O valor de comercialização do medicamento ainda não foi definido. O laboratório prevê um prazo de cerca de três meses até que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos chegue ao preço final. Somente após esse prazo, o Boceprevir deve passar a circular no mercado brasileiro.
Sangue contaminado
A transmissão da hepatite C pode ocorrer por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de seringas contaminadas e outros objetos perfurantes, da mãe infectada para o filho durante a gravidez e pelo sexo sem preservativo. Os sintomas mais recorrentes são cansaço, tontura, enjôo e vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados.
Fonte: Correio Braziliense