A FESAÚDE levou para diferentes cidades do interior de São Paulo o tema “Gestão de Alto Desempenho em Saúde: o Poder dos Indicadores”. Depois de Campinas, o debate aconteceu em Ribeirão Preto e São José dos Campos. “Qualquer capacidade que tenhamos de nos comparar vai fazer com que busquemos a melhoria e a melhoria garante um resultado operacional melhor, acesso mais adequado, qualidade superior, o que significa diminuir desperdícios”, ponderou Francisco Balestrin, presidente dos conselhos da FESAÚDE/SindHosp.
Em Ribeirão Preto, o painel foi coordenado pelo médico Yussif Ali Mere Jr., presidente do SindRibeirão. Na primeira etapa, a diretora-executiva da FESAÚDE/SindHosp, Larissa Eloi, apresentou os dois principais projetos das instituições no que diz respeito a indicadores, o Boletim Infográfico da Saúde (BIS) e o Sistema de Indicadores para Gestão de Alto Desempenho em Saúde (Siga) com dados privados.


“Gestão eficiente começa com dados confiáveis. Se a gente não mede, a gente não gere. Na FESAÚDE, temos o BIS Hospitais e o BIS SADT, com dados públicos sobre a estrutura hospitalar e de apoio diagnóstico e terapêutico. Em 2026, vamos lançar o BIS Clínicas”, revelou Eloi. “Agora, estamos divulgando o Siga, uma parceria com a Anahp e a plataforma Sinha. Queremos formar uma comunidade de estrategistas em dados e fomentar o conceito de decisões baseadas em evidência”.
Na mesa de debates “Gestão e Indicadores”, além de Balestrin e Yussif, participaram Albert Bousso, gerente médico da unidade materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, e Emilio Bueno, superintendente da Rede Credenciada Unimed Campinas.

Balestrin abriu o debate com um dado impactante. “Cerca de 20 a 25% do que gastamos com saúde é desperdício. São mais de R$ 200 milhões do R$ 1 tilhão que gastamos jogado fora. “Esse desperdício acontece por questões que vão desde a governança da operação até a formação de profissionais”, destacou Balestrin.
Albert Bousso disse que uma instituição que busca qualidade, segurança e excelência operacional precisa ter uma gestão de indicadores muito apurada. “E o indicador, além de preciso, tem de ser confiável, fácil de interpretar, transparente e fácil de lidar, senão pode comprometer as decisões”, explicou Bousso. “No Einstein, investimos em propagação e publicidade de indicadores, todos e cada um têm acesso a eles, precisam enxergar o propósito”.


Para Emilio Bueno, mais que garantir a qualidade dos dados, é importante também saber interpretar os indicadores. “Um leito hospitalar gera aproximadamente 2,5 quilos de lixo por dia. Em um pequeno hospital de Campinas com 100 leitos, são produzidas 8 toneladas de lixo todo mês”.
São José dos Campos
Em São José dos Campos, o evento “Gestão de Alto Desempenho em Saúde – O Poder dos Indicadores” teve um painel político e um de gestão. O painel político tratou do tema “Indicadores como aliados da gestão pública em saúde – decisões com impacto real” e o painel de gestão debateu o tema “Transformando gestão em resultados – indicadores como motor de performance e sustentabilidade”.
Francisco Balestrin moderou o painel político, que teve como convidado George Zenha, secretário de Saúde de São José dos Campos. Ele enfatizou que exerce uma liderança baseada em dados. “Nossa gestão utiliza o conceito de CSI (Centro de Segurança Integrada) adaptado para a saúde, monitorando UBSs e UPAs a cada 10 minutos. O maior gargalo da nossa saúde é intermunicipal, pois cerca de 30% dos atendimentos são de pacientes de cidades vizinhas, sobrecarregando o sistema local”.


Larissa Eloi moderou o painel gestão, que recebeu Fabio Baptista, presidente da Unimed São José Campos, e Pedro Ettori Duarte Britto, administrador hospitalar | do Hospital Policlin.
Quem falou primeiro foi Fabio Baptista, da Unimed. “A saúde suplementar e a saúde pública devem caminhar juntas. A saúde é uma só. O paciente é um só. Por vezes, na saúde pública, por vezes, a saúde suplementar, mas é o mesmo paciente, são os mesmos cuidados e as mesmas dores. Temos de ter uma aproximação público-privada.
De acordo com Pedro Britto, com a evolução do mercado de saúde, evolução das novas tecnologias, evolução dos modelos comerciais dentro da saúde, as instituições precisam não necessariamente mudar drasticamente sua cultura, mas sempre se adaptar. “Muitas vezes o seu liderado não vai conseguir entender o porquê você está querendo fazer uma mudança naquele processo. E aí vem uma frase que me dá arrepios: ‘É que a gente sempre fez assim e sempre deu certo’”.


Nos dois eventos, a CEO da FESAÚDE/SindHosp entregou passaportes do programa Siga para embaixadores. “O Siga é uma jornada em parceria com a Anahp. Buscamos padronização de dados e métricas, benchmarking e boas práticass, tomada de decisão orientada por dados, análise de tendência e melhoria contínua, indicadores operacionais, assistenciais, pessoais, financeiros e ESG”, pontua Eloi.




