Em nova campanha para incentivar doações de órgãos, foco será a família
Com o maior número de transplantes de coração e pulmão realizados neste ano em São Paulo, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP foi o centro médico mais premiado ontem em evento que reconheceu práticas ligadas a transplantes de órgãos no Estado.
O hospital também foi o melhor em notificações de potenciais doadores e na captação deles.
“No HC da USP, temos a capacidade de, além de fazer um grande trabalho na área de transplantes de múltiplos órgãos, colaborar com outros hospitais transferindo órgãos para suas equipes”, afirmou Luiz Augusto Carneiro, do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do HC.
Em volume de transplantes, o Hospital Oftalmológico de Sorocaba é o mais atuante, com 1.502 procedimentos de transferência de córneas. Em São Paulo, não há mais filas para esse procedimento.
Ainda no interior, o Hospital das Clínicas da Unicamp foi reconhecido por sua atuação em transplantes de coração, rim e fígado.
Entre os centros médicos particulares, dois se destacaram: o Albert Einstein, em transplantes de fígado, e o Bandeirantes, de pâncreas.
Em São Paulo, a maior fila de espera para recebimento de órgãos é a de rim. O premiado por esses transplantes foi o Hospital São Paulo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Até o dia 15 deste mês, foram 5.662 transplantes de órgãos e tecidos realizados no Estado, número próximo ao registrado no mesmo período de 2011: 5.655.
O Estado de São Paulo responde por mais de 40% dos transplantes do país e é o líder no setor. Atrai pacientes de todo o Brasil – 25% dos vêm de outros Estados.
Apesar disso, apresenta números inferiores aos de países mais avançados nessa área. Em 2011, teve taxa média de 20,5 doadores por milhão de habitantes. A França teve 23,8 e a Itália, 21,6.
Se considerarmos só a região metropolitana, a média salta para 29 por milhão, número ainda distante da taxa da Espanha: 35 doadores por milhão de habitantes ao ano.
Na cerimônia de premiação dos melhores do Estado, foi lançada a nova campanha para incentivar doações de órgãos. O foco será a família.
“A pessoa que quer ser doadora precisa avisar sua família, dizer que ela é doadora. Isso pode ser feito de maneira informal. Quando houver óbito e os parentes forem consultados, como a lei determina, ninguém vai botar obstáculo e vidas serão salvas”, disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Fonte: Folha de S. Paulo