Depois de encerrar 2011 com 7,8 milhões de vidas seguradas, aumento de 42% frente ao ano anterior, a Unimed Seguros investe neste ano na diversificação de sua carteira. Junto com duas novas coberturas de saúde voltadas para alta renda, a companhia prepara também sua estreia em ramos como seguros patrimoniais e de responsabilidade civil.
A Unimed Seguros fará uso mais agressivo de sua rede de 370 cooperativas e mais de 18 milhões de clientes na distribuição de seguros, afirma o presidente empresa, Rafael Moliterno. A estratégia é inspirada naquela adotada por seguradoras ligadas a bancos, que usam as agências bancárias para vender seus produtos.
Os novos seguros de saúde – uma apólice individual para alta renda e outro que cobre internação em um hospital selecionado – foram criados para ser vendidos de forma complementar aos planos tradicionais de saúde da empresa, dentro da mesma rede de distribuição. A ideia é não gerar uma concorrência interna com os planos, por isso o canal de vendas será a gerência comercial das Unimeds regionais, diz Moliterno. As coberturas serão lançadas ainda no primeiro semestre.
O seguro saúde individual de tíquete mais alto é pouco popular no mercado brasileiro, onde predomina o seguro saúde corporativo. Moliterno vê potencial de venda para empresários liberais de maior poder aquisitivo ou que simplesmente não desejem ficar presos a uma rede conveniada.
A outra aposta da Seguros Unimed na área de saúde, é um seguro que dá direito à internação em um hospital específico como Sírio-Libanês e Albert Einstein. Hoje, o seguro saúde corporativo virou uma commodity. Nossa ideia é oferecer um produto mais específico e diferenciado, afirma.
O público-alvo desse tipo de produto será o cliente que prefere arcar do próprio bolso com gastos de consultas e exames, mas que acha necessário contratar seguro para uma eventual internação hospitalar. Um mês de UTI pode corroer um patrimônio considerável, comenta.
Em seguro saúde, principal produto oferecido pela empresa, a Unimed ocupa a quarta posição do ranking em receita, significativamente atrás de Bradesco e SulAmérica, os dois primeiros da lista.
No ano passado, a receita da Unimed Seguros Saúde foi de R$ 635,5 milhões, alta de 17,8% na comparação com o ano anterior. Já a Bradesco Saúde teve faturamento de R$ 9,1 bilhões, enquanto a operação de saúde da SulAmérica faturou R$ 6,2 bilhões. A terceira colocada, a Porto Seguro, teve receita de R$ 852,1 milhões com saúde.
Além dos produtos de saúde, a Unimed entrará em seguros do segmento de Ramos Elementares, assim que obtiver aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep). As coberturas oferecidas serão do ramo patrimonial, voltadas para proteção de escritórios e hospitais da rede do grupo. Também serão lançadas apólices de responsabilidade civil, que protegem, por exemplo, hospitais contra processos de erro médico.
O lucro líquido da operação de seguros saúde da Unimed foi de R$ 47,3 milhões em 2011, alta de 35,1% na comparação com o ano anterior. As indenizações em saúde ficaram em R$ 477,9 milhões, alta de 16%. As demais operações de seguro da Unimed, que incluem coberturas de vida e de acidentes pessoais, tiveram lucro líquido de R$ 89,98 milhões em 2011, cerca de 37% acima do resultado em 2010.
Na contramão do mercado, a Unimed conseguiu segurar sua taxa de sinistralidade. O índice ficou praticamente estável, indo de 76,2% em 2010, para 75,2% em 2011. A título de comparação, a SulAmérica teve uma sinistralidade de 80% em 2011, frente a 77,2% no ano anterior. Na Porto Seguro, o índice foi de 70,5% em 2010 para 77,8% em 2011.
Segundo Moliterno, a companhia tem como meta encerrar o ano com taxa de retorno para o acionista em 20%.
Fonte: Valor Econômico