O Ministério da Saúde anunciou ontem a realização de um número recorde de transplantes no ano passado: foram 23.397, superando em 2.357 as intervenções realizadas em 2010.
De acordo com a pasta, foi o maior aumento registrado em dez anos. Os dados são atribuídos ao aumento do número de centros transplantadores e dos comitês de captação de órgãos – equipes responsáveis por identificar eventuais doadores.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reconhece que é preciso melhorar os indicadores em algumas áreas, entre eles os de transplante de coração e de pulmão. A ideia é aumentar repasses aos centros para criar melhores condições de manutenção do órgão antes de o transplante ser realizado.
Há uma estimativa de que 20% dos órgãos candidatos à transplante não sejam usados. Um número que, na avaliação da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, é semelhante em outros países do mundo.
Intercâmbio. Ontem o ministério publicou regras para disciplinar o transplante de órgãos entre vivos de estrangeiros que não residem no Brasil. A norma estabelece condições para que o transplante seja feito, como grau de parentesco entre doador e receptor.
Para que o transplante seja feito no SUS, no entanto, é preciso que o paciente seja procedente de um país que tenha acordo de reciprocidade, algo que ainda não existe com nenhum país. Na prática, para a rede pública, a medida não tem eficácia. Ela se antecipa a um movimento que começa a aumentar o número de estrangeiros, principalmente de países vizinhos, reivindicando o transplante no Brasil.
Fonte: O Estado de S. Paulo