O setor de saúde suplementar avança em estudos sobre o impacto do aumento da concentração de idosos na população brasileira sobre seus negócios.
Novos levantamentos de diversas entidades começam a medir com maior precisão a alta do custo, que deve trazer reflexos significativos.
O Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) começou a calcular o custo financeiro da nova composição populacional sobre empresas e setor público. O cálculo, que será finalizado e entregue ao setor no segundo semestre, vai ponderar a incidência de doenças crônicas.
Segundo Luiz Carneiro, do Iess, a mudança de perfil etário até 2050 pode elevar a despesa média por pessoa em mais de 54%. “O preço cobrado para quem tem mais de 59 anos não pode ser superior a seis vezes o cobrado do mais jovem. A regra não é viável a longo prazo. Mas é preciso respeitar o estatuto do idoso.”
Um estudo da FenaSaúde (federação nacional), que considera só a porcentagem maior de população idosa sem mensurar a incidência de crônicas, conclui que os gastos com saúde subiriam 43% per capita se a população atual tivesse perfil semelhante ao de 2040.
“Hábitos preventivos e saudáveis podem reduzir o ritmo do crescimento dessas despesas. Outra saída seriam modelos de poupança”, diz José Cechin, da FenaSaúde.
As operadoras de autogestão, geridas por funcionários de empresas, têm 22,3% de idosos entre os beneficiários, segundo a Unidas, entidade do setor. A ANS diz que “reconhece a importância do tema e que o assunto faz parte de um dos eixos da Agenda Regulatória da Agência”.
Fonte: Folha de S. Paulo