O investimento na qualidade dos serviços prestados não é só uma tendência do mercado, é uma necessidade para os estabelecimentos de saúde e uma exigência dos usuários, que cada vez mais buscam segurança no atendimento.
O Jornal da FEHOESP conversou com a Relações Institucionais da Organização Nacional de Acreditação – ONA, Maria Carolina Moreno, que falou sobre a importância dos processos de qualidade como a Acreditação e como eles podem ser instituídos não só em hospitais e estabelecimentos de grande porte, mas também em clínicas e ambulatórios menores.
Confira a entrevista a seguir.
Tem aumentado sensivelmente a procura pelos processos de Acreditação. Em sua opinião, a que se deve isto?
Maria Carolina Moreno – A procura pela certificação da qualidade em saúde vem crescendo no país por pressão do mercado consumidor e do próprio governo, embora ainda seja um processo voluntário. Algumas iniciativas em curso confirmam essa tendência, como é o caso de um projeto de lei em tramitação no Senado Federal que pretende tornar obrigatória a Acreditação dos serviços de saúde. Recentemente, também, a ANS divulgou suas regras para as operadoras de planos de saúde divulgarem os serviços acreditados que atendem seus convênios e acabou gerando uma corrida pela Acreditação. Esses são alguns exemplos que demonstram que segurança e qualidade nos serviços de saúde são diferenciais importantes para a escolha do usuário. Em termos quantitativos, a ONA já homologou mais de mil certificações ao longo de seus 14 anos.
Como funciona o processo de Acreditação de um estabelecimento de saúde?
A Acreditação é um método voluntário, periódico e reservado, que busca promover a qualidade da assistência por meio de padrões previamente definidos, constituindo-se essencialmente em um programa de educação e de cultura da melhoria contínua.
Falando em clínicas e ambulatórios, como o modelo pode ser aplicado nos serviços de menor porte?
A ONA não faz restrições ao tamanho das organizações prestadoras de serviços de saúde, nas quais estão incluídas clínicas e ambulatórios, e a Acreditação pode ser solicitada por instituições de qualquer porte, desde que atenda os requisitos de elegibilidade estabelecidos nas normas orientadoras. O que muda é o número de avaliadores necessários para realizar o processo, levando em conta a quantidade de funcionários da instituição avaliada. Para ser elegível é preciso que a instituição seja uma entidade jurídica legalmente constituída, com CNPJ próprio, inscrição no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), encontre-se em funcionamento há pelo menos um ano e em dia com todas as licenças exigidas para esse tipo de atividade.
Qual a sua expectativa em relação ao projeto-piloto que está sendo desenvolvido em conjunto com a FEHOESP?
É uma iniciativa pioneira que possibilitará às clínicas e ambulatórios um maior conhecimento em relação à Gestão da Qualidade e o processo da Acreditação. Além disso, permitirá que conheçam a importância do gerenciamento de risco e da segurança do paciente. O projeto permitirá a ambulatórios e clínicas reconhecerem que o processo é possível para serviços menores e menos complexos e que, além de ser um diferencial de mercado, promove otimização de recursos, melhoria da gestão e dos resultados assistenciais. Isso reflete na percepção do cliente em relação à organização.
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*entrevista publicada no Jornal da FEHOESP