Montante anunciado ontem pelo Ministério da Saúde será distribuído ao longo dos próximos cinco anos
O Ministério da Saúde anunciou ontem que destinará R$ 505 milhões para o tratamento de câncer na rede pública do país ao longo dos próximos cinco anos.
Os recursos serão usados na construção de 32 novos centros de radioterapia -que inclui sala e equipamentos – e na modernização de 48 centros já existentes. A inauguração das primeiras novas salas está prevista para o segundo semestre de 2014.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, será dada prioridade às regiões Norte e Nordeste e ao interior do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde, segundo ele, estão os hospitais menos equipados.
A medida visa reduzir o deslocamento dos pacientes e aumentar o acesso da população ao tratamento.
Parte da verba liberada pelo ministério também será destinada ao desenvolvimento da droga Mesilato de Imatinibe, usada no tratamento de leucemia crônica.
“Vamos reforçar a parceria entre dois laboratórios públicos e cinco privados. Em dois anos estaremos produzindo o medicamento e em quatro anos a oferta será sustentável”, destacou o ministro.
Para ele, a medida vai ajudar a reduzir o deficit comercial no campo da saúde.
Roberto Porto Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, diz que o ideal é que o paciente inicie o tratamento em até 30 dias após o diagnóstico. No Brasil, porém, a média de espera para a radioterapia é de 70 a 100 dias, segundo ele.
“Em São Paulo, uma das regiões mais ricas do país, pelo menos 50% dos pacientes não começam com 30 dias”, diz.
O ministro da Saúde também lembrou que parte dos entraves hoje no tratamento do câncer estão relacionados à falta de médicos.
Mesmo diante deste problema, ele negou que pretenda flexibilizar o “Revalida”, exame nacional de revalidação de diplomas dos profissionais graduados no exterior.
“As pessoas têm de ter tranquilidade, porque a premissa do governo está em garantir a qualidade do médico e na supervisão do trabalho dele.”
Fonte: Folha de S. Paulo