Receptor de medula ganha novo protocolo

Num esforço mundial, pesquisadores estabeleceram novos parâmetros para o acompanhamento de pacientes que passaram por transplante de medula óssea. O estudo permitirá reduzir ...

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Pesquisadores apresentam amanhã parâmetros para o acompanhamento dos pacientes

Num esforço mundial, pesquisadores estabeleceram novos parâmetros para o acompanhamento de pacientes que passaram por transplante de medula óssea. O estudo permitirá reduzir a quantidade de testes e exames a que os transplantados têm de ser submetidos. O trabalho, publicado em quatro periódicos simultaneamente, será apresentado no Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, que começa amanhã, em Ribeirão Preto.

A intenção do grupo de pesquisadores é suprir a falta de protocolos clínicos que orientem o diagnóstico precoce das complicações que podem surgir – cânceres secundários, infecções, doenças cardiovasculares e pulmonares, entre outras. Anualmente, 50 mil pessoas são submetidas ao transplante de medula óssea no mundo.

Para tentar identificar as complicações, os transplantados passam por uma série de exames. O estudo, produzido por profissionais de 16 centros de pesquisa do mundo com base na revisão da literatura médica, mostra que nem todos são necessários.

“A primeira intenção foi avaliar as rotinas médicas e o que realmente tem impacto no atendimento desses pacientes. Uma das coisas mais importantes é a avaliação clínica: o médico conversar com o paciente e guiar os exames, a partir do primeiro ano, pelos achados clínicos. Isso permite redução de custos, que é importante no mundo todo, e também significa menos desgaste para o paciente”, afirma Adriana Seber, médica do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança Câncer (Graac), uma das brasileiras que integrou a equipe de pesquisadores. A médica Carmem Bonfim, da Universidade Federal do Paraná, também participou do estudo.

O novo consenso dispensa a realização de rotina de provas de função pulmonar e tomografias de tórax, que antes eram exigidas anualmente. O exame mais debatido foi a prova de função pulmonar, que mostra se tem alguma obstrução na saída de ar ou limitação na entrada de ar no pulmão. “Nós sabemos que isso pode acontecer temporariamente depois do transplante. É um exame caro, sofisticado, que não tem em todos os centros. E chegou-se à conclusão que se o paciente não tem sintoma clínico, ele não precisa fazer mais. Só deve ser realizado se o exame clínico indicar”, explica Adriana.

Essa também é a conclusão para os exames de fígado, fundo de olho, densitometria óssea e o ecocardiograma. Todos tinham indicação para serem realizados anualmente. “Revisamos a literatura e avaliamos qual era a chance de alguém sem sintomas ter o resultado anormal. Fazemos todos esses exames anualmente há 20 anos, mas a chance de resultado atípico é muito pequena.”

Pediatria. Entre as crianças, o estudo divulgado recomenda o acompanhamento do desenvolvimento para fazer a reposição de hormônio do crescimento, se necessário.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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