O presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, falou sobre “Rupturas do Sistema de Saúde e o Novo Papel dos Hospitais”, em palestra de abertura do 9º Congresso Norte-Nordeste de Gestão em Saúde, no último dia 20 de outubro, evento promovido pelo Sindicato dos Hospitais de Pernambuco e com transmissão pelo Youtube.
Balestrin lembrou que nosso modelo de atenção não é horizontalizado, ainda tem o foco na doença, e a crise trazida com a pandemia do novo Coronavírus pôs em xeque a organização do sistema de saúde brasileiro. Com o cancelamento de procedimentos e cirurgias eletivas, motivados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para que as UTIs e equipamentos estivessem disponíveis para atendimento aos casos de Covid-19, hospitais, clínicas e laboratórios viram sua receita despencar. “Tivemos hospitais com taxa de ocupação de 35%. Muitos estabelecimentos estão sem caixa. Em média, os prestadores de serviços devem perder dois faturamentos mensais esse ano”, lembrou o presidente do SindHosp.
Entre os desafios e tendências para o setor, Francisco Balestrin vislumbra vários aspectos positivos. “Saúde voltou a ser assunto entre as famílias, nas escolas, redes sociais e grupos de WhatsApp, e isso é muito bom”, acredita. O empoderamento do paciente é uma vertente que tende a se intensificar; os marcos regulatórios devem ficar mais rápidos; a integração entre os setores público e privado será mais ativa; haverá maior alinhamento de interesses entre os elos da cadeia da saúde; a telemedicina veio para ficar; e surgirão novas lideranças com as características exigidas pelos novos tempos: agilidade, empatia e colaboração.