Embora seja campeão de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, o plano de saúde, para quem não é beneficiado, é o grande objeto de desejo do trabalhador brasileiro. A constatação é de uma pesquisa encomendada ao Datafolha pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), instituição apoiada pelas operadoras de planos de saúde para promover e realizar análises técnicas sobre o setor.
A pesquisa ouviu, em 2011, um universo de 1.626 usuários (200 no Recife) e mais 1.627 que não o possuem. Foi verificado que, em termos de desejo de consumo, o plano de saúde só perde para a casa própria.
Jamerson Carneiro, taxista, está sem plano há quatro anos. Ele já teve quando trabalhava em uma empresa que oferecia o modelo empresarial. Eu e minha esposa planejamos ter um plano de saúde familiar, para nós dois e nossos dois filhos. Ainda acho caro pagar um plano para toda a família, mas estou procurando um mais acessível. O bom é que o plano permite um atendimento médico mais rápido, tem mais opções de médicos. Mas queremos principalmente para minha esposa e minha filha fazerem exames preventivos.
A pesquisa mostra também que a casa própria, embora em primeiro lugar, é uma prioridade menos factível no curto prazo. O plano de saúde, por sua vez, é mais desejado que carro e seguro de vida, todos classificados como de maior prioridade pelos entrevistados.
São muitas as razões que levam o brasileiro a querer um plano de saúde. Há aqueles que não querem depender do serviço público de saúde (43%), que querem a qualidade do atendimento do plano privado (38%) e os que o desejam (22%) pela segurança que acha que terão em caso de doença. Para 14%, os planos são desejados por causa do respaldo num momento de emergência. A conta passa de 100% porque foi permitido aos entrevistados apontarem mais de um motivo.
A pesquisa do IESS identificou também que 88% dos entrevistados recomendariam para pessoas de sua família ou amigos a contratação de um plano de saúde.
Para construir a pesquisa, o Instituto Datafolha pediu a pessoas que não são atendidas por planos de saúde que elencassem 12 bens de consumos ou serviço desejados, conforme importância para si.
Essas prioridades foram classificadas como necessidades concretas (as que são prioridade a serem adquiridas) e as necessidades aspiracionais que são desejadas, mas que nem sempre são a prioridade de consumo.
Os planos de saúde lideram na categoria necessidade concreta. É neste quesito que ele supera o carro e o seguro de vida.
Fonte: Jornal do Commercio