A reforma de saúde de Barack Obama não cria um sistema público como o brasileiro, mas torna o acesso a assistência médica nos EUA um pouco mais igualitário.
No Brasil, a Constituição de 1988 instituiu o SUS (Sistema Único de Saúde) e definiu a saúde como “direito de todos e dever do Estado”. São três os princípios básicos do sistema: a universalidade, a integralidade e a equidade.
Embora na prática a qualidade do atendimento no SUS ainda esteja longe do ideal sonhado na Constituição -há longas filas de espera, faltam médicos e equipamentos-, nos EUA não existe nem essa garantia fundamental.
Cerca de 30 milhões de americanos não têm acesso algum a médicos e hospitais. E receber tratamento por lá custa bem caro.
Uma visita a um clínico geral não sai por menos de US$ 150 (R$ 311). Uma mamografia chega a custar US$ 1.400 (R$ 2.907).
Mesmo os 250 milhões que possuem algum tipo de seguro de saúde enfrentam sérios problemas. O governo americano não fiscaliza as seguradoras de saúde. Isso significa, entre outras coisas, que procedimentos médicos e hospitalares são vetados ao bel prazer das empresas.
No Brasil, desde 2000 existe a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão regulador das empresas privadas do setor de saúde. Hoje, 47 milhões de brasileiros (25% da população) têm planos de saúde.
A ANS elabora lista de procedimentos obrigatórios que as seguradoras devem oferecer e pode multar planos que agirem com má-fé ou de modo abusivo.
Apesar de a ANS ter sua atuação criticada, ninguém duvida que sua existência represente um avanço em relação ao que (in)existe nos EUA.
Fonte: Folha de S. Paulo