Uma análise de um grupo de especialistas da Associação Americana de Psiquiatria propôs mudanças na definição do autismo para reduzir a taxa de diagnóstico dessa disfunção do desenvolvimento, que aumentou expressivamente nos Estados Unidos. Mas a medida também poderia dificultar o acesso de muitas pessoas a serviços de saúde, sociais e educacionais.
O grupo de especialistas está terminando a quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Doenças Mentais, texto de referência que influi no tratamento, nas pesquisas e nas decisões das seguradoras de saúde.
Resultados preliminares dessa análise, apresentados ontem em uma reunião da Associação Médica da Islândia, mostram que o número de diagnósticos de autismo e desordens similares, como a síndrome de Asperger, aumentaram muito a partir do início dos anos 1980 – em alguns lugares, a taxa de prevalência chegou a 1%.
Pesquisadores creem que esses números estão inflados porque os critérios atuais de diagnóstico são vagos e abrangentes. “As mudanças propostas colocariam um fim a essa epidemia de autismo”, afirmou Fred Volkmar, diretor do Centro de Estudos Infantis da Escola de Medicina da Universidade Yale.
Fonte: O Estado de S. Paulo