Segundo a agência, foram encontradas na empresa ‘anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento’
Os 810 mil beneficiários da Unimed Paulistana correm o risco de ficar sem amparo do plano de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou no Diário Oficial da União de terça-feira, 10, uma resolução determinando o monitoramento da operadora.
Segundo a ANS, foram encontradas na empresa “anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento”. No ano passado, a operadora teve prejuízo de US$ 39,8 milhões. É a segunda vez que a medida é adotada com a Unimed – a primeira foi em 2009.
A ANS, porém, nega que seja uma intervenção e diz que apenas manterá um diretor para avaliar a real situação da operadora por meio de Regime de Direção Fiscal. “Na prática, nada deve mudar para os consumidores, pois a operadora deve funcionar normalmente”, afirmou a agência, em nota.
A ação do órgão obriga a Unimed Paulistana a tomar uma série de medidas para demonstrar que pode continuar no mercado, como a apresentação de um programa de saneamento de contas. Ao final do processo, que pode durar um ano, dois desfechos são possíveis: a operadora se recupera e passa a funcionar normalmente ou sofre sanções, como a decretação do regime de liquidação extrajudicial – semelhante à falência.
Migração. Se a liquidação for publicada pela ANS, entra em vigor a portabilidade especial, na qual os clientes têm 60 dias para migrar para outra operadora, informa o Procon de São Paulo. A migração independe do tipo de plano (individual ou coletivo) ou da data de adesão.
Segundo o Procon-SP, durante o período de intervenção na Unimed Paulistana, a operadora não pode fazer alteração nos serviços. Em caso de descumprimento, o Procon orienta os beneficiários a manter o pagamento das mensalidades e registrar reclamação em seus canais de atendimento. A Unimed Paulistana foi a quarta empresa com mais reclamações registradas no Procon no primeiro semestre de 2013, com 126 queixas de consumidores.
Em nota, a Unimed Paulistana afirmou que uma consultoria faz, desde o fim de 2012, “um profundo diagnóstico de todos os procedimentos”. A empresa afirma que remodelou diversos processos e contratou um novo executivo, Augusto Cruz, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar, que assumiu há cerca de 90 dias como CEO da companhia. “Temos certeza de que esta direção fiscal é temporária e em nada afetará os negócios”, posicionou-se a companhia.
Fonte: O Estado de S. Paulo