Uma resolução da Anvisa já publicada proíbe o reuso de um material que faz parte do procedimento de hemodiálise em pacientes com hepatite B e C. Antes da nova regra, isso só era feito no caso de pacientes com HIV. A medida tem o objetivo de tornar o procedimento mais seguro.
A hemodiálise é o tratamento indicado para pessoas que perderam a função dos rins que permite a filtragem do sangue, como em um rim artificial. O material que passará a ser descartado depois de cada uso entre os pacientes com hepatite é o dialisador, filtro que livra o sangue das impurezas. As clínicas terão um ano para se adequar às novas normas.
O médico Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) explica que, durante a hemodiálise, o sangue sai do paciente e, por meio de um tubo – chamado de linha de sangue – chega ao dialisador. Lá, o sangue recebe uma solução líquida para tirar suas impurezas e é filtrado. Em seguida, o sangue já purificado retorna para o paciente por meio de outra linha de sangue.
Outra mudança determinada pela Anvisa é que as linhas de sangue passarão a ser descartáveis para todos os pacientes. A adequação a essa norma poderá ser feita em até três anos.
Hoje em dia, o material utilizado na hemodiálise de um paciente é, depois do procedimento, lavado, processado, esterilizado e guardado para uso posterior do próprio paciente. “É muito pouco provável que haja contaminação, pois esse material é processado de forma separada nas clínicas. Mas as mudanças são um grande avanço porque realmente vai tornar o procedimento muito mais seguro não só para o paciente, mas também para o funcionário”, diz Santos.