Senadores estendem a lei antifumo para todo o país

O Senado aprovou uma medida provisória que proíbe o fumo em ambientes fechados de acesso público em todo o país. Até os fumódromos, áreas criadas ...

Compartilhar artigo

Medida, que bane fumódromo, só depende de sanção da presidente Dilma

O Senado aprovou uma medida provisória que proíbe o fumo em ambientes fechados de acesso público em todo o país.

Até os fumódromos, áreas criadas especificamente para fumantes em bares, restaurantes, danceterias e empresas, ficam proibidos.

Hoje, leis semelhantes já vigoram em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
A medida passará a valer a partir da sanção do texto pela presidente Dilma Rousseff. A proposta, porém, ainda depende de regulamentação para fixar valor de multa.

O projeto é semelhante ao aprovado pelo então governador José Serra (PSDB) em São Paulo. No Estado, o dono do estabelecimento onde ocorre a infração pode pagar multa de até R$ 1.745.

Mas a medida aprovada pelo Senado é ainda mais restritiva, porque bane até as tabacarias -locais onde é possível fumar desde que não haja comida e bebida.

A proposta, que começou a tramitar no Congresso em agosto deste ano, foi aprovada de maneira simbólica.

Outras alterações foram aprovadas no Senado. Uma delas é a que prevê que, a partir de 2016, os maços de cigarros também tragam mensagens de advertência sobre os riscos do produto à saúde em 30% da parte frontal (hoje existe só na parte de trás).

Pontos de venda de cigarro não poderão mais ter propaganda. Eles deverão apenas expor os produtos e suas advertências à saúde.

Essas restrições foram comemoradas pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). “Dados de outros países mostram que restringir o uso do cigarro em espaços coletivos e a propaganda no espaço de venda contribuem para reduzir o fumo”, afirmou à Folha.

No Brasil, estima-se uma população fumante de 15% – em 1989 era de quase 35%.

Padilha, porém, criticou outro ponto da medida provisória, que libera a publicidade do cigarro em eventos.

Alterações
O projeto passou por várias alterações na tramitação. Na Câmara, o relator Renato Molling (PP-RS) era a favor do fim dos fumódromos, mas tentou abrir a possibilidade de que alguns locais (como restaurantes e boates) fossem totalmente livres para o fumo. Não teve sucesso.

“Nossa proposta era mais ampla, se protegia um pouco mais a produção e os fumantes”, disse o deputado, que vem do principal Estado produtor de tabaco.

A Souza Cruz e Philips Morris, duas das maiores produtoras de cigarro do país, não quiseram comentar o caso.

Ministro quer veto à publicidade das fábricas
Texto que baniu fumódromos permite divulgação institucional das empresas
Alexandre Padilha diz que vai pedir à Presidência que proíba qualquer publicidade de empresas do fumo

A principal polêmica na aprovação da medida provisória que baniu fumódromos foi o trecho que permite a “divulgação institucional” do fabricante de derivados de tabaco – desde que não fale de produtos, e sim da empresa.

Ou seja, a empresa poderia promover seu nome em eventos, mas não citar o produto que comercializa. O texto não especifica onde será permitida tal divulgação.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse à Folha que vai sugerir à Presidência que vete “qualquer medida que autorize publicidade, até institucional, a eventos esportivos e culturais”.

Segundo Paula Johns, diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, a lei acaba permitindo que as empresas patrocinem eventos jurídicos, educacionais e festas.

Para ela, fazer propaganda institucional quando o único produto vendido é o tabaco é, na prática, fazer propaganda do produto.

O tema elevou os ânimos da oposição no Senado.

“Trata-se de propaganda de cigarros, abrindo brecha para que se volte a fazer publicidade de cigarros, um retrocesso em política de saúde pública”, disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) anteontem, durante a aprovação da matéria.

O trecho que gerou polêmica foi incluído na Câmara, alterando o texto enviado por Dilma. Segundo assessoria do senador José Pimentel (PT-CE), relator do texto no Senado, ele era contra a medida.

Para evitar, porém, que a medida provisória perdesse o prazo de validade na tramitação na Casa, Pimentel resolveu não mexer no ponto e recomendar seu veto.

A Associação Brasileira da Indústria do Fumo afirmou que não se manifestaria. A Folha não conseguiu fazer contato com o Sindicato da Indústria do Tabaco.

Fonte: Folha de S. Paulo

Artigos Relacionados...

Últimas Notícias

O sentimento dos trabalhadores brasileiros

William Shakespeare dizia que “a alegria evita mil males e prolonga a vida”. Infelizmente, os resultados da pesquisa State of the Global Workplace, realizada pela

Curta nossa página

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

plugins premium WordPress
Rolar para cima