União das Drogarias São Paulo e Pacheco, líderes em SP e RJ, cria rede com R$ 4,4 bi de faturamento e 691 lojas
A drogaria São Paulo anunciou ontem a fusão de suas operações com o grupo Pacheco. O negócio vai garantir à companhia o retorno à liderança do setor de varejo farmacêutico, perdida após a união entre Drogasil e Raia, anunciada no início do mês.
A DPSP nasce com R$ 4,4 bilhões de faturamento anual – segundo dados dos 12 meses encerrados em junho, contra R$ 4,1 bilhões da Raia Drogasil. A rede será a sétima maior do varejo brasileiro, com 691 lojas e presença em cinco Estados.
Líderes em São Paulo e no Rio de Janeiro, as drogarias decidiram unir forças para expandir suas operações em outros Estados brasileiros. “Existe uma grande oportunidade de crescimento do setor no Brasil, e acreditamos que, com os grupos juntos, esse processo pode ser melhor e mais efetivo”, diz Gilberto Ferreira, da São Paulo, que será presidente da DPSP.
Pacheco e São Paulo ainda têm lojas em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Por terem focos distintos, a sobreposição de lojas entre as companhias será “praticamente inexistente”, diz Ferreira.
Segundo ele, a expansão pode ser feita via crescimento orgânico ou aquisições.
A gestão da DPSP será compartilhada entre o Grupo Carvalho (São Paulo) e o Grupo Barata (Pacheco), que terão iguais poderes na definição e na implementação das estratégias da companhia.
A Folha apurou, no entanto, que a Pacheco ficou com participação um pouco acima de 50% no novo grupo. O Conselho de Administração será presidido por Samuel Barata, da Pacheco.
Supermercados
Para o professor da pós-graduação da ESPM Júlio Moreira, a concentração das drogarias é incentivada pelo aumento da concorrência com grandes redes de supermercados.
De acordo com ele, companhias como Walmart e Pão de Açúcar vêm investindo na aberturas de farmácias próximas de suas lojas. “Vender remédios e produtos cosméticos dá uma margem de ganhos muito maior do que comercializar alimentos e detergentes, por exemplo”, afirma. “É uma forma de proteção contra esse novo inimigo.”
O Pátria Investimentos e o escritório Machado Meyer atuaram como assessores financeiro e legal respectivamente da São Paulo. O Banco Espírito Santo e o escritório Pinheiro Neto trabalharam para a Pacheco.
Fonte: Folha de S. Paulo