Datafolha aponta doença mais grave

Pesquisa confirma saúde como o principal problema do país; surgem também indícios de que contratação de serviços privados não compensa as deficiências do SUS, como o acesso a atendimento e remédios.

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Pesquisa confirma saúde como o principal problema do país; surgem também indícios de que contratação de serviços privados não compensa as deficiências do SUS, como o acesso a atendimento e remédios, muito caros

Três governos do PT produziram unanimidade raras vezes vista: 45% dos brasileiros identificam a saúde como principal problema do país, revela pesquisa Datafolha contratada pela Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

Desde 2008 persiste essa liderança às avessas. O sistema dual do Brasil, em que serviços privados de saúde rivalizam com a pretendida universalidade do SUS, parece estacionado na fronteira da própria ineficiência.

A cifra de 45% supera a soma de outras cinco agruras – segurança (18%), corrupção (10%), educação (9%), desemprego (4%) e miséria (2%). Em 2003, no primeiro governo Lula, saúde era a maior preocupação apenas para 6% dos entrevistados.

A saúde no Brasil é ruim ou péssima para 62% das pessoas, uma insatisfação ainda mais acentuada nas cidades com mais de 500 mil habitantes (70%) e regiões metropolitanas (68%). Também são especialmente críticos na avaliação os que têm nível superior (71% de ruim/péssimo) e renda mais alta (68%).

É um sintoma de que não funciona mais tão bem o tradicional recurso de buscar soluções privadas para deficiências públicas, como pagar convênios particulares de saúde para escapar do SUS. Com efeito, 70% dos entrevistados com um desses planos também consideram a saúde ruim ou péssima.

Verdade que a indisposição dos mais privilegiados está contaminada pela avaliação negativa dos serviços públicos. Entre os que têm convênio, 63% os consideram ruins ou péssimos (perante 56% na média da população).

Acesso difícil

Há uma mancha suspeita nessa radiografia, contudo: 42% dos que contratam planos privados avaliam-nos só como regulares. Isso representa um empate técnico com os 44% de ótimo/bom, pois a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

Além do mais, 58% dos segurados por convênios relatam algum grau de dificuldade no atendimento, no que não se diferenciam tanto dos entrevistados que dependem do SUS. No total da amostra pesquisada pelo Datafolha, a insatisfação com o acesso é pouca coisa maior (63%).

As razões apontadas para avaliação tão negativa explicam por que a presidente Dilma Rousseff, interessada na reeleição, fixou-se na medida improvisada e paliativa de importar profissionais cubanos: 45% indicaram a falta de médicos e enfermeiros e o atendimento ruim (40%).

Qualquer coisa que melhorasse aí traria mais dividendos do que equacionar problemas mais complexos, como a falta de recursos (apontada por 23% dos entrevistados) e a má gestão do sistema pelo governo (16%).

Quando se pergunta sobre a prioridade para a saúde, contratar médicos é a resposta mais comum de quem tem mais de 60 anos (47%) e menos de dois salários mínimos de renda familiar (44%), os mais dependentes do SUS.

Nem tudo é negativo no sistema público de saúde, porém, segundo a pesquisa Datafolha. Sim, são mal avaliados alguns dos serviços mais usados, como atendimento de emergência (nota média 5,7) e consultas médicas (6,2). Mas os remédios gratuitos, já utilizados por 53% dos entrevistados ou por alguém de sua casa, recebem a melhor nota dos usuários: 7,2.

É um avanço, num país em que 84% das pessoas consideram os remédios caros. Se melhorou aqui, pode melhorar também no restante.

Fonte: Folha de S. Paulo

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